20 anos de Rogério Ceni no Morumbi. 13 anos batendo faltas e pênaltis para fazer 100 gols na carreira e na história. Campeão do mundo, da América, do Brasil, de São Paulo e do Morumbi. E isso irrita quem não é.
17 anos de Rogério defendendo a meta tricolor. “Meta” que é a palavra perfeita para definir o craque. Ele é um profissional que parece bater um tiro de meta já com o objetivo definido. Determinado. Para isso se prepara. Treina. Estuda. Pensa. Faz. E isso irrita quem não se compromete como ele.
Os 100 gols de falta e de pênalti não são acaso. São casos pensados. Treinados. Ele é daqueles que treinam até faltar luz no centro de treinamento. E por isso acaba sendo tão iluminado quando é necessário. Quando é preciso como Rogério na meta são-paulina. Ainda mais tricolor quando defendida pelo maior craque-bandeira da história do clube. E isso irrita quem não gosta dele e do São Paulo.
Rogério não dá bola porque ele não a larga. É daqueles goleiros que diminuem o tamanho do gol para os adversários. Com Rogério, no banco de 1993 a 1996, titular absoluto desde 1997, o São Paulo, se não ganhou tudo, foi quase tudo. E quase tudo parou nas mãos de Rogério, e passou pelos pés, pela cabeça, pelos dedos do líder incontestável. Para o bem e para o mal. E isso irrita.
Rogério não é perfeito, muito também por ser perfeccionista. Exige tanto que chega a irritar. E ao se irritar, cobra porque se cobra mais que tudo e que todos. E isso irrita.
Como algumas saídas de meta em forma da cruz que aprendeu com o ídolo Navarro Montoya (que os não poucos críticos reclamam que ele se ajoelha demais); como as adiantadas nos pênaltis; como a fome de jogar de qualquer jeito; como algumas cobranças de falta desnecessárias no passado; como algumas cobranças no elenco exageradas; como algumas cobranças da (e na) direção mal contornadas no vai-não-sai para o Arsenal em 2001, que quase acabou com parte dessa história impressionante; como algumas poucas falhas em momentos decisivos que acontecem com todos os mortais. Por mais imortal que ele seja no Morumbi. E isso irrita.
Ainda mais os adversários que querem ver os erros do mundo nas luvas de Rogério. Parte da empáfia assumida e juramentada e juvenalizada são-paulina passa pelo capitão, líder e exemplo. Mas repare em cada linha bem pensada, articulada e falada por Rogério. Na derrota, na vitória, Rogério está sempre lá para defender o São Paulo. Pode perder a linha, vez ou outra. Mas jamais a segurança que passa aos companheiros, aos rivais e à instituição. À família são-paulina e à família Ceni que defende fora de campo tão bem como ele segura as pontas e os trancos na meta. Neste mundo midiático, escancarado e escandalizado, Rogério preserva e se preserva com categoria. Não se perde na noite e ganha o dia. E isso irrita.
Porque ele é diferente. Não apenas por fazer defesas como poucos na história do clube, não apenas por fazer gols como ninguém na história do futebol. Se Rogério pensa muito bem no que fala e no que faz, não pensa em ser lembrado e admirado como um ídolo de todas as torcidas. Rogério é tão são-paulino que tem o compromisso com o São Paulo. Só. De ser feliz e amado pelos tricolores. Só. E não faz questão de ser o ídolo que merecia ser de todos os torcedores. E isso irrita.
Como devem se irritar os não-são-paulinos que não puderam ver o Liverpool campeão do mundo porque Rogério segurou todas as bolas do massacre na final de 2005. A falta na gaveta de Gerrard que Rogério defendeu como se fosse um Ceni. O chute cruzado num bolo de gente que Rogério defendeu como se fosse um Ceni. As defesas daquele que foi tudo no Japão como se fosse um Ceni. E ainda foi o artilheiro do São Paulo na campeoníssima temporada de 2005 como se fosse um Ceni. E isso irrita.
Um ano depois de Rogério chorar como criança quando eliminado pelo Once Caldas, na semifinal da Libertadores de 2004, em Manizales. Quando pensou que não conseguiria mais (re)conquistar o que já havia ganho como reserva do imenso Zetti. Digno sucessor da escola tricolor de Valdir Peres, Sérgio Valentim, José Poy. Grandes, imensos goleiros debaixo das traves, em toda a grande área. Mas nenhum, no São Paulo, senhor de todas as áreas como Rogério. E isso irrita.
Talvez Rogério não seja mais goleiro que outros goleiros tricolores. Talvez Rogério não seja o maior craque entre tantos craques e gênios são-paulinos. Talvez outros raros tricolores tenham sido tão são-paulinos quanto ele. Mas não há ídolo como Rogério Ceni. Como diz com muita razão e enorme paixão o são-paulino, todos os times têm um goleiro. Só o São Paulo tem Rogério Ceni. E isso não se imita.
terça-feira, 29 de março de 2011
AC/DC: o mundo dos goleiros 'Antes de Ceni' / 'Depois de Ceni'
sábado, 26 de março de 2011
Whitesnake - The Definitive Collection (2006)
2. Walking In The Shadow Of The Blues
3. Ain't No Love In The Heart Of The City
4. Ready An' Willing
5. Slide It In
6. Love Ain't No Stranger
7. Slow An' Easy
8. Fool For Your Loving ‘89
9. Judgement Day
10. The Deeper The Love
11. Now You're Gone
12. Looking For Love
13. Give Me All Your Love
14. Is This Love
15. Here I Go Again ‘87
16. Still Of The Night
17. Pride And Joy
18. We Wish You Well
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sábado, 19 de março de 2011
Em busca das migalhas de Obama
Ao que tudo indica, Barack Obama, tal qual um coelhinho, só vem ao Brasil para distribuir seus ovos de Páscoa, posar de bonito nas fotografias e tentar azeitar algum negócio com os tupiniquins, visando apenas seus próprios cofres hoje tão precários. A famigerada compra dos caças e o carinho petista com o Irã são algumas delas. Ou alguém ainda acredita que o ex-pop star virá ao Brasil para anunciar o fim da bitributação de empresas brasileiras nos Estados Unidos ou a extinção das barreiras protecionistas que dificultam a entrada dos nossos produtos no mercado norte-americano? Santa ingenuidade.
Ainda assim, muito além da deferência a uma visita oficial de um chefe de Estado, politiqueiros de toda espécie disputaram a tapa a inclusão de seus feudos no roteiro do passeio de Obama. Como sempre, Sérgio Cabral, governador do Rio de Janeiro e gandula-mor da administração “lulo-petista”, conquistou o direito de dar palanque ao presidente norte-americano. Em alvoroço, as comunidades pseudo-pacificadas querem seu lugar ao sol e sonham ver Obama subindo suas ladeiras. É como bem diz o historiador econômico norte-americano David Landes, simples e direto, a propósito de o mundo ser dividido em três tipos de nações: “Há aquelas em que as pessoas gastam muito dinheiro para não aumentar de peso, aquelas em que as pessoas comem para viver e aquelas que não sabem de onde virá a próxima refeição”. Como o pão está curto e caro, fiquemos, pois, apenas com o circo. Tiririca está aí para ilustrar tal metáfora.
E a tenda vai estar bonita no Rio de Janeiro nos próximos dias. Barack Obama fará um discurso com uma retaguarda de 2550 bajuladores a contemplar-lhe os fundilhos. Divididos por estamentos, óbvio. 50 “supervips” ficarão posicionados bem pertinho do presidente norte-americano, os chamados papagaios de pirata; outros 500 “vips” estarão um metro atrás; e 2000 convidados ilustres – um pouco menos “vips” – ficarão ao fundo, bem atrás. Um espetáculo que deve custar alguns milhões de reais ao Estado que chora pitangas e não consegue concretizar, por exemplo, a ajuda humanitária às vítimas das tragédias dos últimos dois anos país afora. Mas está tudo certo. Para uma população que legitima um governo estadual fundado em factóides midiáticos e operações carnavalescas, está ótimo.
Resta saber quem serão os privilegiados que receberão os ovos de Páscoa de Barack Obama. Falta-nos um Superman com olhar de raio-x, capaz de radiografar o presidente norte-americano no momento do discurso. Acredito que o filme revelaria uma abundância de bocas a tentar lambiscar o presente. O resto é bobagem.
domingo, 13 de março de 2011
terça-feira, 8 de março de 2011
E se a Gaviões da Fiel homenageasse Pelé no Carnaval?
Por conta disso, meus sonhos foram confusões carnavalescas.
Vi-me morrendo afogado em um mar de confetes e enforcado por serpentinas. Sem falar nos devaneios eróticos, em que Grazi Massafera misturava-se a Ana Hickmann, Sabrina Sato a Kelly Key, e, misteriosamente, Preta Gil à águia da Portela.
Mas o mais curioso foi que sonhei que uma escola de samba, a Gaviões da Fiel, fazia um belo desfile que contava a vida de Pelé.
Na comissão de frente, como não poderia deixar de ser, vinham Dorval, Mengálvio, Coutinho e Pepe acenando para a torcida. Zito, é claro, era o diretor de harmonia. E Gilmar, o mestre da bateria.
Depois vinham três alas relativas às cidades onde o Rei jogou. A primeira era formada por homens fantasiados de bauru. Nota para as esvoaçantes folhas de alfaces amarradas aos braços dos foliões, transbordando dos sanduíches e dando leveza às fantasias.
A ala “Santos, Sempre Santos” era formada por umas cem pessoas, cada uma fantasiada de um santo diferente. O destaque, obviamente, era São Jorge, que vinha montado em um imenso dragão.
Depois veio a ala “Niuiorque, Niuiorque”, onde todos estavam vestidos como a Estátua da Liberdade. Só que, em vez de tochas, seguravam bolas. E vestiam a camisa do Cosmos.
A segunda maior ala em tamanho foi a “Ala dos Mil Gols”, e ela era formada por nada menos do que mil pessoas, cada uma representando um dos gols de Pelé. Em tamanho, a “Ala dos Mil Gols” só perdeu para a “Ala das Ex-Namoradas”, composta pelas próprias.
Falando em mulheres, o “Bloco das Xuxas” fez muito sucesso. Era formado apenas por homens, todos usando imensas perucas loiras. Seguindo o “Bloco das Xuxas”, vinham o mestre-sala e a porta-bandeira, Robinho e Marta, que faziam malabarismos com a bola.
A “Ala dos Novos Pelés” comoveu o público. Era formada por crianças vestindo a camisa 10 e por Cláudio Adão, o único “novo Pelé” que deu mais ou menos certo.
As baianas vinham com vestidos imitando meia bola, causando um bonito efeito quando vistos de cima, parecendo dezenas de bolas a girar.
Uma ala de muito bom humor foi a “Sonho Corintiano”, que trazia seus foliões todos engessados.
Pelé, o próprio, vinha dentro de uma gigantesca Taça Jules Rimet de dez metros de altura, e lá embaixo os integrantes da escola estavam vestidos como a própria taça.
Mas, de repente, numa curiosa coreografia, de dentro do grande troféu saíam homens vestidos de ladrões e carregavam as mulheres fantasiadas de taça.
O carro alegórico que trazia seu filho Edinho numa prisão foi considerado de gosto duvidoso, assim como o bloco que homenageava o Pelé cantor, composto somente por integrantes surdos.
Talvez a ala mais engraçada tenha sido a “Exame de DNA, Oba!”, que falava dos filhos ilegítimos do Rei. A fantasia era simples, mas interessante: todos os componentes usavam apenas fraldas e uma máscara de Pelé.
Um humor um tanto ácido, é verdade, mas há que lembrar que o desfile foi bolado pela Gaviões.
Só não me lembro muito bem do samba-enredo, mas acho que se utilizava da melodia de uma conhecida marchinha de Carnaval e começava com algo como “Doutor, eu não engano, quando criança fui corintiano...”
sexta-feira, 4 de março de 2011
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
Sons que você não conhece... mas deveria!
sábado, 19 de fevereiro de 2011
Artista da vez - PINK FLOYD
gênero: rock progressivo
integrantes:
David Gilmour (vocal e guitarra)
Syd Barrett (vocal e guitarra)
Roger Waters (vocal e baixo)
Richard Wright (teclado)
Nick Mason (bateria)
histórico: Em 1965, o rock n’ roll já não era mais o mesmo da década de 50. As músicas descompromissadas, arranjos simples e letras bobas sobre amor, garotas e carros estavam dando lugar a algo mais elaborado.
Os Beatles já haviam abandonado as baladinhas adolescentes e compunham trilhas sonoras até então nunca gravadas. Nessa época as letras políticas de Bob Dylan eram os lemas da campanha contra a guerra do Vietnã e faziam parecer irresponsável a música executada apenas com propósito de diversão. As letras românticas dos primeiros tempos começavam a dar lugar ao lema sexo, drogas e rock n’ roll.
Neste cenário de mudanças rápidas, começou a surgir o movimento chamado de rock progressivo (ou progressista), marcado por letras profundas, músicas relacionadas entre si, arranjos complexos, instrumentos exóticos e acima de tudo muito experimentalismo. O que mais caracterizava o rock progressivo era a tentativa de não se prender a nenhum estilo ou regra pré-determinados. Há controvérsias sobre qual teria sido o marco inicial do movimento progressivo. Alguns afirmam terem sido os Beatles, com o disco “Sgt. Peppers”, os primeiros a abordarem o rock como algo mais além de simples diversão. A maioria, porém, aponta o Pink Floyd, com seu álbum “The Piper At The Gates Of Dawn” como o precursor do movimento.
O embrião do que viria a ser uma das mais influentes bandas da história foi o grupo Sigma 6, formado por Roger Waters, Rick Wright e Nick Mason, na época alunos da Faculdade de Arquitetura de Cambridge. Como é comum a toda banda iniciante, o estilo ainda não era definido, variando do rock ao folk, e as mudanças de formação eram constantes, assim como as mudanças no nome da banda (Abdabs e T-Sets). A grande virada da banda ocorreu quando se juntou a ela Roger “Syd” Barrett, que havia estudado com Roger Waters na Cambridge High Scholl. Foi de Barrett a idéia do nome Pink Floyd Sound, mais tarde abreviado para Pink Floyd. O nome era uma homenagem aos blues-men Pink Anderson e Floyd Council, influências de Syd.
Syd Barrett era muito mais do que apenas músico. Movido por inspiração e LSD, Syd era compositor, poeta, pintor e artista performático. Planejados e comandados por ele, os shows do Pink Floyd eram muito mais do que apenas espetáculos sonoros. Usando truques simples de luz e projeção de slides, o Pink Floyd tentava reproduzir em palco os efeitos de viagens alucinógenas e segundo muitos conseguia. Os shows iniciais dirigidos a um público underground composto de poetas e ativistas políticos rapidamente chamou a atenção da indústria musical. O Pink Floyd ajudava a inaugurar o rock experimental e cunhava o termo psicodelismo para definir o seu estilo de música.
O grupo é logo contratado por uma pequena gravadora, a Thompson Records, e grava um single com as músicas “Lucy Leaves” e “I'm A King Bee”, que teve uma excelente aceitação. Os apreciadores do Floyd não eram mais apenas fãs de sua música e passavam aos poucos a ser como que seguidores de uma doutrina, seguindo a banda aonde quer que ela fosse. A EMI, que havia a poucos meses classificado o trabalho da banda de experimental demais, rapidamente os contratou. A banda começou no estúdio Abbey Road a gravação de seu primeiro álbum. Curiosamente, no mesmo estúdio e na mesma época, os Beatles gravavam o disco “Sgt. Peppers”. Nos corredores do estúdio foram compartilhadas drogas e opiniões musicais. Os discos resultantes, “Sgt. Peppers” e “The Piper At The Gates Of Dawn”, disputam entre si o título de marco da estréia do rock como obra de arte.
O sucesso do disco de estréia é atribuido principalmente à mente genial de Syd Barrett, responsável pelos arranjos de estrutura indefinida, cheio de nuances e completamente imprevisíveis. A linha que limitava a genialidade e a loucura de Syd Barrett porém se tornava mais tênue a cada momento. Problemas mentais provenientes de uma infância conturbada se agravaram em virtude do uso excessivo de alucinógenos e Syd Barrett começou a apresentar um comportamento algumas vezes esquizofrênico e algumas vezes alienado. A situação se agravou até o ponto em que Syd não conseguia mais tocar ou compor e se limitava no palco a tocar um único acorde e olhar para um ponto perdido no espaço. Foi convidado então para preencher o espaço na banda o vocalista e guitarrista David Gilmour, antigo companheiro de escola de Roger Waters e Syd Barrett.
Com Syd Barrett ainda oficialmente na banda embora não mais participasse dela ativamente, foi lançado o álbum “A Saucerful Of Secrets”. Ao contrário do que se podia esperar, apesar de não contar com a participação integral de seu criador e principal articulador, o Pink Floyd se saiu muito bem. Aos poucos, Syd Barrett é deixado de lado até ser definitivamente desligado da banda. Esquecido, Syd levou desde então uma vida comum, morando com a mãe e se dedicando a hobbies como pintura e jardinagem.
O prestígio da banda cresce nos anos seguintes com os discos “Ummagumma”, “Atom Heart Mother” e “Meddle”, além das trilhas sonoras para dois filmes, “More” e “Obscured By Clouds”. O comando da banda havia sido assumido aos poucos com maestria por David Gilmour, que dividia com Roger Waters a responsabilidade de compor as músicas da banda.
Em 1973, a banda grava “The Dark Side Of The Moon”, um dos álbuns mais bem sucedidos da história, que viria a permanecer mais de 20 anos entre os mais vendidos. Até os dias de hoje, é o terceiro álbum mais comercializado de todos os tempos, com cerca de 45 milhões de cópias vendidas. Com este disco o Pink Floyd prova definitivamente que não dependia apenas do gênio de Syd Barrett e supera em todos os aspectos a obra prima que fora o primeiro disco. A EMI chegou a construir fábricas para fabricar exclusivamente este disco, que marca uma fase de trabalho conjunto e harmonia entre os membros da banda.
Segue-se “Wish You Were Here”, um trabalho conceitual e um verdadeiro tributo a Syd Barrett. O tema da ausência é o pretexto para indiretamente homenagear e analisar o gênio louco. Curiosamente durante as gravações deste disco, Syd Barrett compareceu ao estúdio, gordo, sujo e careca, com uma imagem tão degenerada que custou a ser reconhecido pelos companheiros.
“Animals”, de 1977, inaugura a fase de protesto político-social da banda e também marca o início de um predomínio de Roger Waters sobre os outros músicos. O disco é baseado na peça teatral “A Revolução dos Bichos”, de George Orwell e retrata as contradições e injustiças da sociedade capitalista.
Durante as gravações de “The Wall”, em 1979, surgem os primeiros atritos entre os membros, com Roger Waters tomando para si o controle da banda. “The Wall” era um tratado sobre a solidão e sobre o poder esmagador do sucesso, mas era antes de tudo uma auto-biografia do que Roger Waters se supunha ser. A obra, logo tachada de ópera-rock, seria lançada também em forma de filme.
Com o álbum “The Final Cut”, de 1983, agravam-se os problemas de relacionamento entre os membros, com Roger Waters tendo despedido Rick Wright e relegado os outros componentes da banda a pouco mais do que músicos de estúdio. Waters compôs o conceito e praticamente a totalidade das músicas, além de ter sido o responsável por todos os vocais. O álbum na realidade deveria ser um trabalho solo, mas a gravadora achou que seria mais lucrativo lançá-lo como trabalho da banda.
Brigas entre os componentes restantes levaram Roger Waters a anunciar o fim do Pink Floyd em 1986. Seguiu-se uma longa batalha judicial entre os advogados de Roger Waters e David Gilmour. A justiça decidiu que o nome da banda não pertencia a Roger Waters. Rick Wright foi trazido de volta e em 1987 foi lançado “A Momentary Lapse Of Reason”. Segue-se o segundo disco ao vivo da banda, “Delicate Sound Of Thunder”.
Em 1994, num clima de volta triunfal, após alguns anos sem gravar e sem se apresentar ao vivo, a banda volta com “The Divison Bell”, disco que teve excelente aceitação por parte da crítica e do público. Pouco mais tarde, em 1995 é lançado “Pulse”, uma outra gravação ao vivo.
“Is There Anybody Out There” é lançado no final de 1999, e se trata de mais um disco ao vivo, que apesar dos boatos de serem da mais recente turnê, segundo David Gilmour, é na verdade, da turnê de “The Wall”, gravado entre 1980/1981.
Após anos sem material novo de estúdio, o Pink Floyd some, deixando em aberto uma possível volta que seria aguardada por muito tempo, várias vezes anunciada mas nunca concretizada.
Em julho de 2005, para delírio de milhares de fãs ao redor do mundo, o Pink Floyd volta a tocar ao vivo e com sua formação original (exceto Syd Barrett). O show se deu, juntamente com os de muitos outros artistas, em Londres, em prol da absolvição da dívida externa dos países pobres da África, no festival “Live 8”, organizado pelo amigo particular de Roger e David, Bob Geldof. A banda tocou clássicos como “Wish You Where Here”, “Money” e “Confortably Numb”. David Gilmor e Roger Waters mal trocaram olhares durante as músicas.
Em 7 de julho de 2006, Syd Barrett falece aos 60 anos, vítima de diabetes. Em 15 de setembro de 2008, o tecladista Richard Wright também vem a óbito em virtude de câncer, pondo um fim no sonho de um possível retorno da banda.
Em entrevista concedida em 2006, Gilmour indicava o fim do Pink Floyd, declarando que o célebre grupo não produzirá qualquer novo material, nem voltará a reunir-se novamente. No entanto, a possibilidade de se fazer uma apresentação similar ao “Live 8” não foi descartada.
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
Um fenômeno chamado Ronaldo
Não é verdade. Ronaldo não parou de fazer gols. Porque ele é artilheiro, o maior das copas. Ele é goleador. É Ronaldo. Não precisa parar com a bola, ainda que viesse parando a cada gol perdido, a cada lance não corrido, a cada jogo que empurrava com a barriga.
Ronaldo não parou com a bola. Nem ela parou com ele. É mentira. Como só pode ser história da carochinha o cara ter ficado quase 2 anos parado com o joelho detonado e voltar como campeão do mundo e artilheiro da copa de 2002. É coisa de cinema. E foi cinematográfica como aquelas jogadas de vídeogame, aqueles gols de futebol de botão, aqueles jogos que pareciam virtuais pelo Cruzeiro, PSV, Barcelona, Internazionale, Real Madrid, Milan e Corinthians. E obviamente, pela seleção brasileira.
Não se sabe se Ronaldo decidiu na hora certa a saída de campo. Mas sabe-se que, no gramado, desde 1993, para não escrever desde 1863, quase ninguém decidiu melhor que o Fenômeno. Tão fenomenal que valia quanto pesava mesmo quando, a partir de 2004, teve de brigar com rivais, quilos e línguas malignas. Nenhum outro gênio teve de driblar tantas lesões quanto ele.
Campeão do mundo com 17 anos sem jogar. Vice-campeão do mundo absurdamente escalado depois de ter convulsionado no dia da final. Penta e artilheiro em 2002. Um dos que se salvaram ao final das contas em 2006. Um que mais uma vez goleou críticos e cricris ganhando o Paulistão invicto e a Copa do Brasil em 2009. Um que trouxe muito dinheiro aos clubes onde passou. Um fenômeno também no marketing.
Pelos últimos meses, Ronaldo deveria ter parado, se é que já não havia parado. Por todos esses 18 anos de carreira, Ronaldo será sempre eterno. Precisa ser respeitado e admirado. Até quando pisou na bola, muito mais fora que dentro de campo, Ronaldo sempre foi mais humano. Mais humilde. Mais fenomenal.
Um marco que virou marca. O primeiro e maior dos Ronaldos. Um mito que, neste planeta um dia habitado por Pelé, foi o maior dos craques e dos cracketings. Gênio da bola e das boladas.
Dizem que não soube a hora de parar. E, por acaso, alguém sabe? Certamente não os que o aposentavam na Seleção depois de 1998 por suposta “falta de espírito de decisão”. Certamente não os que o achavam uma lata velha e enferrujada em 2002. Certamente não os que não quiseram ver a evolução dele durante a Copa de 2006. Certamente não os que achavam que não daria certo no Corinthians de 2009. Certamente não os que acham que futebol é apenas matemática e medicina.
Ronaldo driblou a medicina e fez números que nem a matemática soube calcular. Nem as finanças sabem contabilizar o que ganhou e o que fez muita gente ganhar e sorrir escancaradamente.
A tristeza não é pelo modo como Ronaldo parou ou foi parado pela falta de modos. A dor é por saber que, gordo ou magro, velho ou jovem, parado ou correndo, a esperança de que dali sairia algo fenomenal ninguém vai ter mais. Porque poucos, na história, foram tão imprevisíveis quanto ele na previsibilidade de que, de algum jeito, a bola pararia no fundo da rede.
O previsível fim chegou. Não há quem não fique doído como os joelhos destroçados dele. A dor de imaginar quanto mais ele não faria se não fosse o peso das dores patelares dos últimos 12 anos e dos quilos a mais nos últimos 7. A dor de ter certeza que dali não vai mais sair gol.
Ronaldo é um fenômeno não pelo insólito e pelo inédito. Mas pelo fenômeno de ser sempre fenomenal.
Tente ser um mito com aquele peso sobre as costas e sobre as pernas. Tente fazer tudo que ele fez pelos clubes e pelo Brasil. Tente superar lesões e lesados. Tente ser Ronaldo. Tantos tentam. Tantos caem em tentações. Até ele. Mas, no final que chegou, só havia ele cruzando a linha fatal. Só havia um Ronaldo.
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
domingo, 6 de fevereiro de 2011
Gary Moore, a morte de um mito
As cordas das guitarras de todo o mundo estão tristes. O lendário músico norte-irlandês Gary Moore faleceu nesse domingo aos 58 anos (04.04.1952 - 06.02.2011), vítima de um ataque cardíaco enquanto dormia em um hotel em Estepona, na Espanha. Ele passava férias no país ibérico.
Um dos maiores guitarristas de sua geração, Moore começou sua carreira profissional na adolescência. Ele tinha apenas 16 anos quando se mudou de Belfast para Dublin em 1969, para juntar-se ao Skid Row, originalmente uma banda de quatro membros que tinha Brush Shiels no baixo, Nollaig Bridgeman na bateria e Phil Lynott como vocalista, assim como Gary na guitarra.
Logo depois, Phil Lynott foi posto de lado, com Brush e Gary dividindo os vocais, fazendo do Skid Row um power trio do tipo que estava na moda na época, seguindo o sucesso de Rory Gallagher’s Taste e de Jimi Hendrix Experience. O Skid Row assinou contrato com a CBS Records e lançou dois discos, “Skid” em 1970 e “34 Hours” em 1971.
Adepto do blues, hard rock e jazz, Moore era também um guitarrista melódico soberbo e apareceu em muitos outros discos irlandeses em participações especiais, incluindo gravações do Dr. Strangely Strange, entre outros. Ele foi chamado para juntar-se ao Thin Lizzy por Phil Lynott para substituir Eric Bell, antes da formação definitiva de quatro membros da banda, com Scott Gorham e Brian Robertson nas guitarras.
Entretanto, no disco “Nightlife” de 1974, ele tocou o solo extraordinário de “Still in love with you”, que se tornou uma das faixas mais memoráveis da banda e uma eterna favorita para ser tocada ao vivo. Gary retornou brevemente ao grupo, quando Brian Robertson foi descartado para uma turnê pelos Estados Unidos em 1977. Moore também apareceu no disco “Black Rose”, lançado em 1979.
Seu relacionamento com o vocalista e compositor Phil Lynott era altamente competitivo e havia freqüentes desentendimentos entre eles, mas eles permaneceram como parceiros musicais. Enquanto permaneceu como parte do grupo, Gary Moore teve sua própria banda, alternando entre o hard rock e o metal, influenciado por jazz e o blues. O primeiro disco de sua banda foi lançado em 1973. Nos últimos anos, ele tinha retornado a suas raízes, primeiro com o lançamento de “Still got the blues” em 1991 (contendo a música homônima, tida como um dos maiores solos de guitarra da história) e depois com “Back to the blues”, em 2001. Ao todo, ele lançou 20 discos de estúdio, assim como 6 compilações ao vivo, incluindo o dvd “Live At Montreaux”.
Certamente, o mundo da música perde um dos maiores gênios da guitarra. Que Gary Moore continue a dedilhar seus acordes onde quer que esteja!
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
Futebol e o poder dos 'nanicos'
- Alô, é da Libertadores?
- Sim! Quer falar com quem?
- Com o Corinthians. Ele está?
- Olha, ele passou por aqui, mas nem chegou a entrar...
domingo, 30 de janeiro de 2011
domingo, 23 de janeiro de 2011
Journey - Greatest Hits Live (1998)
2. Separate ways (worlds apart)
3. After the fall
4. Lovin' touchin' squeezin'
5. Faithfully
6. Who's crying now
7. Anyway you want it
8. Lights
9. Stay awhile
10. Open arms
11. Send her my love
12. Still they ride
13. Stone in love
14. Escape
15. Line of fire
16. Wheel In the sky
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