segunda-feira, 29 de março de 2010

USA for Palmeiras

quarta-feira, 24 de março de 2010

"Dark Side Of The Moon", uma viagem ao infinito

“Dark Side Of The Moon”. Um grande espetáculo nos céus. Cores e luzes que olhos sóbrios não conseguem enxergar. Vozes que a audição ainda não aprendeu a ouvir. O lado escuro da lua, onde, até hoje, só a insanidade conseguiu alcançar. A voz desesperada que ecoa nos céus e que se faz ouvir sempre que o chamado da loucura nos abre os ouvidos. Uma viagem sem volta para um mundo onde moram todas as nossas angústias.

De início, precisamos ressaltar que este disco é considerado por muitos, simplesmente, como o melhor disco de rock progressivo de todos os tempos. Mais do que isso: é o melhor, o mais genial e o mais cerebral trabalho desta lenda chamada Pink Floyd. Suas vendagens astronômicas só vêm a confirmar essa tese.

Não precisamos nem começar a ouvir para termos noção da grandiosidade. Olhe para a capa: uma imagem única, umas das capas mais brilhantes da história. Mas o mais importante é que sintetiza todo o conceito do disco, que é sobre os “males” do homem moderno, a escuridão em que o mundo se encontrava e todos os problemas que afligem a humanidade. Isso em 1973. O incrível é que o disco soa bastante atual até os dias de hoje. Fora que data da época em que os egos não estavam inflados no grupo e todos conviviam em perfeita harmonia. É dentro deste cenário psicótico-surreal que os 4 rapazes ingleses criaram a obra fundamental do rock. E numa projeção bastante otimista, dificilmente, nos próximos 150 anos, aparecerá algo comparável ao que Roger Waters, David Gilmour, Richard Wright e Nick Mason gravaram há exatos 37 anos.

A qualidade da produção (que, mesmo com toda a tecnologia atual é difícil de ser igualada), a beleza dos timbres e arranjos, o lirismo provocador de Roger Waters, a sobreposição de efeitos nas músicas, não são o que mais impressionam na obra-prima do Pink Floyd. O grande diferencial é a unidade perfeita, a relação que os temas tem uns aos outros. É como se fosse uma só canção dividida em 9 partes e que representam um ciclo, que pode ser o ciclo da existência humana (o disco começa e termina com sons de batimentos cardíacos). Quando o disco começa, vão aparecendo os temas que certamente habitam nosso imaginário durante a vida.

Há ainda a misteriosa coincidência de que, ao colocar este disco para rodar logo após o terceiro rugido do leão da Metro-Goldwyn-Mayer no filme “O mágico de Oz”, as letras encaixam-se perfeitamente nas imagens que estão passando na tela. O grupo jura até hoje que tudo foi apenas uma incrível coincidência e não tinham nenhuma intenção de fazer isso. Curiosidades a parte, vamos colocar a obra-prima para rodar.

“Breathe” representa a passagem para o estado de consciência (“olhe em volta e encontre o seu espaço”), um mundo novo que se abre em nossa frente. A letra é uma introdução ao conceito que permeia o disco:

“Respire, inale o ar
Não tenha medo de se preocupar
Vá, mas não me deixe
Dê uma olhada por aí, escolha seu próprio chão
Por muito tempo você viverá e voará alto
E sorrisos você dará e lágrimas você irá chorar
E tudo o que você toca e tudo o que vê
É tudo o que sua vida sempre será”


“On the run” é o melhor exemplo da mente louca e imprevisível de Waters neste álbum. Sons meio eletrônicos, cavalgadas, ecos, uma coleção de sons estranhos... total viagem sonora. O mestre Syd Barrett deve ter ficado orgulhoso.

“Time”, um dos grandes clássicos aqui contidos. Os relógios começam a tocar, vários, ao mesmo tempo, e a introdução da guitarra parece acompanhar o título da música. Dá-se a impressão de uma viagem através de todas as épocas, que só é interrompida pela voz de Waters, que começa mais vigorosa e tem passagens mais calmas e melódicas. David Gilmour dá outro show à parte: solos lindos e estilosos, virtuosismo correndo no sangue, fora a letra, que é uma poesia:

“Cada ano se torna mais curto
Sem nunca parecer encontrar o tempo
Planos que ou não chegam a nada
Ou viram uma meia-página de linhas rabiscadas”

“The great gig in the sky”, uma das poucas músicas de Wright na banda, é sem dúvida, o momento mais intenso. Ele mostra toda a sua técnica e habilidade nma seqüência belíssima de seu teclado, que logo ganha a companhia da bateria cadenciada de Nick Mason e da guitarra de Gilmour. Por cima disso tudo, um vocal bem marcante e delineado, um trabalho de vozes belo e emocionante que fecha com maestria a música, levando o ouvinte a uma atmosfera inimaginável onde a beleza, a loucura, a ternura e o desespero, caminham lado a lado numa viagem única e dilacerante ao lugar mais profundo de nossas almas.

Dinheiro! O bem mais caçado e desejado durante toda a história da humanidade, o responsável por guerras e matanças incalculáveis, a ambição do homem. Querendo ou não, é o que rege nossas vidas. Vivemos em torno dele, acorrentados. Dependemos dele pra tudo, nosso bem e nosso mal. É isso o que Waters quer mostrar com suas composições sempre críticas e reflexivas. “Money” é um perfeito exemplo disso. A caixa registradora no início faz com que a música seja logo reconhecida em todos os cantos do planeta, junto com a linha de baixo mais marcante da história. Cada nota penetra na sua mente sendo impossível esquecê-la. A música é cantada com ar satírico e crítico de Waters, seguida de um sax muito bem colocado (digno dos melhores trabalhos jazzísticos) até desembocar numa explosão de sons: saxofone, guitarra, bateria e baixo se encaixando perfeitamente. Numa atmosfera única, falta até palavras para descrever. Ouça e sinta você mesmo. Acabando com a ácida e relaxada interpretação de Waters e uma irônica conversa final, um clássico eterno do Pink Floyd, do rock e de toda boa música produzida nos últimos séculos.

E logo depois, um dos momentos mais belos do álbum: “Us and them”, uma singela composição sobre solidão, isolamento e as diferenças entre pessoas. Tudo que pode resultar em cegas batalhas. Clima único, vocal magistral, teclados envolventes, guitarra relaxante, sax fenomenal, bateria colocada perfeitamente. Um show de todos os músicos. Dá vontade de ouvir “Us and them” muitas vezes, até gravar cada nota, cada clima, cada som criado. Só nos resta abaixarmos a cabeça e reverenciar os mestres.

E o show prossegue com a instrumental “Any colour you like”, onde a guitarra cria uma verdadeira onda sonora, indo e vindo e te levando junto, criando um clima único, que serve de introdução a “Brain damage”.

Alguns dizem que “Brain damage” deve ser uma homenagem e referência a Syd Barrett, o fundador da banda. Levando-se em conta a letra, parece ser mesmo. Porém, mais do que uma homenagem, é uma linda música. É difícil explicar. Waters sempre perfeito, Gilmour sempre criando o clima ideal e a cada vez que a bateria de Nick Mason entra, seu nível de excitação sobe, risadas sarcásticas dão o tom final. Desfecho melhor, impossível.

“Eclipse” vem para encerrar o trabalho. Aqui é preciso dar uma pausa. Esse momento é fascinante, envolvente, emocionante. É praticamente um orgasmo musical, que fazem os sentidos ficarem perplexos. Quando a música consegue despertar isso nas pessoas, transcende-se a barreira do real, do mundo que existe a nossa volta. Somos levados a outra dimensão, que envolve todos os sentidos, envolve nossas mentes e nos faz experimentar sensações que nunca tínhamos sentido antes.

Passaram-se 10, 20, 30 anos e “Dark Side Of The Moon” continua arrebatando admiradores ao redor do mundo. Esse que é o 3º álbum mais vendido da história, com cerca de 45 milhões de cópias e que ficou 741 semanas consecutivas (ou cerca de 14 anos) no topo da Billboard. É talvez um dos poucos álbuns já produzidos que dificilmente sairá de catálogo. E, de fato, depois de 24 de março de 1973, o mundo da música nunca mais voltaria a ser o mesmo...

domingo, 21 de março de 2010

Ayrton, um gênio inconteste

O ano de 2010 é especial por uma coincidência feliz de datas redondas de grandes ídolos nacionais. Este ano é o centenário de nascimento dos sambistas Adoniran Barbosa e Noel Rosa. Mesma idade que faria a escritora Rachel de Queiroz, que escreveu belas páginas na história da literatura brasileira. O grande gênio da televisão brasileira, Silvio Santos, vai fazer 80 anos de vida. Há 70 anos chegava para reinar no mundo a majestade Pelé.

E um dos maiores mitos da história do esporte mundial completaria 50 anos no dia 21 de março: o brasileiro Ayrton Senna da Silva. Metade de tempo que o seu clube de coração, o Corinthians. Mesmo para quem não gosta de automobilismo, o tricampeão do mundo é um ídolo. Supera qualquer época ou gosto particular. Poucas personalidades foram tão amadas e idolatradas por uma legião tão grande de torcedores quanto Senna. Poucos atletas elevaram o ufanismo na medida em que o piloto do capacete amarelo foi capaz.

O aniversário de 50 anos de nascimento do tricampeão não vai passar em branco. Ainda hoje, as muitas homenagens ao eterno ídolo são impressionantes para alguém que faleceu a mais de 15 anos. Na internet, por exemplo, são inúmeros os sites, comunidades e afins dedicadas à memória de Senna. A comoção é tão grande por quem é seu fã, que vira e mexe lemos frase meio bregas do tipo: “Ele ainda corre em nossos corações” ou “Saudades eternas”.

É difícil explicar tanta idolatria. Sua morte precoce torna ainda mais mítica a sua história. Porém, simplesmente essa explicação é muito tola para quem foi tão celebrizado em vida. Além da genialidade como esportista, da carreira vitoriosa, do enorme carisma, a época em que Senna brilhou o tornou único. No final dos anos 80 e início dos 90, o Brasil vivia um gigantesco caos econômico, administrativo e político. Hiperinflação, corrupção, impeachment e escândalos de todas as ordens dominavam o noticiário.

No esporte, a fase era igualmente ruim. A seleção brasileira vivia uma das piores fases de sua história. Sócrates, Zico, Dinamite, Falcão e outros craques encerraram suas brilhantes carreiras. Os grandes jogadores brasileiros estavam no exterior – Romário, Bebeto e Careca. Na F1, Nelson Piquet e Émerson Fittipaldi estavam no fim das geniais trajetórias esportivas. No basquete, Oscar, Hortência e Magic Paula eram dos poucos ídolos nacionais. O vôlei ainda era um esporte pouco popular. As outras modalidades despertavam pouco interesse do público.

Ídolo mesmo, com todos os adjetivos que compõe uma estrela, só mesmo Ayrton Senna. De fato, o piloto era um dos poucos acalantos para os brasileiros numa época tão difícil em todos os setores. Na falta de futebol da seleção e na ausência de campeonatos atrativos, as alegrias no esporte eram somente nas manhãs de domingo com a torcida pelo piloto brasileiro.

A imagem cultivada por Senna também contribuiu para a mitificação. Ele era extremamente obcecado por ser o melhor. "Vencer é como uma droga. Eu não posso justificar, sob nenhuma circunstância, ser o segundo ou terceiro", afirmava. Também não desistia nunca dos próprios objetivos: "O impossível não existe quando se acredita verdadeiramente nos sonhos", sempre aconselhava.

O enorme orgulho (sem hipocrisia) de ser brasileiro era outro ponto a favor do piloto. O capacete com as cores do país e a bandeira levantada a cada vitória foram as suas marcas registradas. Senna era a personificação do “Eu sou brasileiro e não desisto nunca”, campanha do Governo Federal famosa anos mais tarde.

Além disso, tinha uma boa imagem como homem. Era uma pessoa preocupada com as crianças pobres, antes de isso virar instrumento de marketing. Por uma grande infelicidade, morreu pouco tempo antes de realizar o sonho de fundar sua própria entidade beneficente. Hoje, a idéia do piloto, o Instituto Ayrton Senna, já atendeu quase 12 milhões de pessoas e é conduzida por sua irmã, Viviane Senna, uma mulher tão admirável quando fora seu ente famoso.

Ayrton Senna teve uma carreira relativamente curta, mas o suficiente para colocá-lo entre, pelo menos, os 3 maiores pilotos da história da F1: tricampeão do mundo (1988, 1990 e 1991) e vice em 1989 e 1993. 3º piloto com maior número de vitórias e de pódios. 2º em quantidade de pole-positions. Dono dos 3 maiores recordes de poles consecutivas. 3º maior em pontos conquistados. 8º em número de voltas mais rápidas.

Este currículo teria sido bem mais expressivo se Senna tivesse tido a chance de disputar mais GPs, visto que participou de 162, bem menos que a maioria dos pilotos que estão a sua frente em conquistas.

Todo o gênio deixa um grande legado para as gerações posteriores. E Senna foi um dos primeiros pilotos a se preocupar com a forma física. A era dos corredores gordinhos ficou para trás depois que o brasileiro passou a treinar com o professor Nuno Cobra. Determinado e obcecado por resultados, Senna mantinha uma rotina de preparação física invejável até para atletas de esportes mais intensos.

Este fator fez a diferença na histórica vitória no GP do Brasil de 1991, quando perdeu cinco das seis marchas do seu carro nas últimas voltas da corrida. No braço, Senna segurou a McLaren na ponta até a bandeirada da vitória. Foi algo tão esgotante fisicamente, que ele precisou de ajuda para sair do carro e mal teve forças para levantar a taça no pódio.

O mínimo que podia se esperar de um piloto deste nível era que pudesse correr na principal categoria do automobilismo pelo menos até os 40 anos – Senna morreu aos 34. O brasileiro vivia tão intensamente o mundo da velocidade que é quase impossível imaginá-lo aposentado. Aos 50 anos, hoje ele com certeza estaria disputando algum campeonato, talvez uma competição de turismo europeu ou a brasileira Stock Car.

Aquele fim de semana em Ímola foi o mais trágico da história da F1. O então jovem Rubens Barrichello, amigo e protegido de Senna, sofreu um gravíssimo acidente nos treinos de sexta-feira. O estreante austríaco Roland Ratzenberger morreu no sábado, um dia antes de Ayrton.

Senna era um dos pilotos da F1 mais preocupados com a segurança das pistas. Pouco depois da primeira morte em Ímola, o tricampeão reuniu todos os corredores para tentar recriar a ‘Comissão de Segurança de Pilotos’ e se ofereceu para ser o líder do grupo. Chegou até a cogitar o cancelamento da corrida que seria fatal para ele mesmo, mas acabou concordando em correr, juntamente com os companheiros de pista.

Após a tragédia que o matou, algumas declarações e atitudes que Senna teve antes do acidente deixam todos intrigados. A imagem mais marcante é o olhar profundo, perdido e enigmático do tricampeão pouco antes de entrar pela última vez num carro de F1. Ele ainda disse pouco antes da corrida: “Não existe acidentes pequenos nesta pista”.

Antes do campeonato de 1994 começar, Senna afirmou: "Esta será uma temporada com muitos acidentes, e eu arrisco dizer que teremos sorte se nada sério acontecer". Mas a declaração que tenha sido mais chocante ao lermos após a morte do piloto foi uma dita apenas quatro meses antes: "Se eu tiver que sofrer um acidente que eventualmente custe minha vida, eu espero que seja de uma vez. Eu não quero ficar numa cadeira de rodas. Não quero ficar num hospital sofrendo com os ferimentos. Se eu tiver que viver, eu quero viver plenamente, intensamente, porque eu sou uma pessoa intensa. Eu arruinaria minha vida se tivesse que viver parcialmente". São declarações e preocupações que acabariam esquecidas se nada tivesse acontecido no GP de Ímola. Porém, é algo que não deixa de ser intrigante.

A tragédia na curva Tamburello, em Ímola, interrompeu a brilhante carreira daquele que, na época, já era visto por muitos especialistas como o maior piloto de todos os tempos – o argentino pentacampeão do mundo Juan Manoel Fangio era o seu maior rival no quesito história.

Em 1994, Senna estreava na insuperável Williams, do igualmente genial projetista Adrian Newey. Naqueles meados dos anos 90, ninguém era capaz de bater a equipe inglesa. Após a tragédia com o brasileiro, o limitado inglês Damon Hill assumiu a posição de primeiro piloto da escuderia.

Hill foi duas vezes vice-campeão, em 1994 e 1995, e campeão em 1996. Currículo respeitado, mas pouco para quem tinha um carro tão claramente superior. Mesmo considerando que o seu adversário direto era o já genial Michael Schumacher, o inglês perdeu dois títulos por ser bem mais limitado que pilotos anteriores da Williams – Nelson Piquet, Nigel Mansell e Alan Prost.

Não é nenhum absurdo imaginar que um gênio como Senna ganharia os quatro mundiais seguintes a bordo de uma máquina tão vitoriosa como a Williams dos anos 90. Pelo menos os títulos de 1996 e 1997 certamente seriam dele, pois o único adversário com capacidade para batê-lo – Schumacher – estava ainda na fase de construção da poderosa Ferrari da década seguinte.

O mundo gira e, muitas vezes, teima em repetir a história. Caso semelhante a Senna ocorreu com o escocês bicampeão Jim Clark. Em 1968, o piloto já detinha vários recordes da F1 e partia tranqüilo para a conquista do tricampeonato com a superior equipe Lotus. Porém, numa corrida que participava na extinta Fórmula 2, Clark morreu após seu carro sair da pista e bater forte em algumas árvores. E quem ‘herdou’ o título quase ganho de Clark? Seu companheiro de equipe, Graham Hill, pai de Damon.

Até hoje, Jim Clark é o 6º piloto com maior número de vitórias na F1. O 3º em quantidade de pole-positions. O 5º nas voltas mais rápidas. O 2º em hat-tricks (pole-position, vitória e melhor volta numa mesma corrida). E ainda tem o recorde de grand-chelem (largando da pole e completando a corrida inteira na primeira posição). Clark e Senna perderam a chance de serem os maiores de todos os tempos, em números.

Aliás, é até significativo o alemão Michael Schumacher ter vencido o trágico GP de Ímola e sido campeão nos dois anos seguintes da morte de Senna. Foi praticamente ‘a passagem de bastão’ de um mito para outro. A F1 perdeu este grande duelo – sem dúvida, seria o maior da história – e Senna perdeu a chance do penta ou até mesmo do então inédito heptacampeonato.

De fato, muitas vezes, o destino é um grande ingrato. Com Senna, infelizmente, essa constatação ficou explícita.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Serviço Militar: como ser dispensado

Um jovem escreveu a seguinte carta para o oficial responsável pela dispensa do Serviço Militar:

"Prezado Oficial Militar, venho por intermédio desta pedir a minha dispensa do serviço militar.

A razão para isto é bastante complexa e tentarei explicar em detalhes.

Meu pai e eu moramos juntos em um sobrado e possuímos um rádio e uma televisão.

Meu pai é viúvo e eu solteiro. No andar de baixo, moram uma viúva e sua filha, ambas muito bonitas e sem rádio e nem televisão.

O rádio e a televisão fizeram com que nossas famílias ficassem mais próximas.

Eu me apaixonei pela viúva e nós nos casamos. Meu pai se apaixonou pela filha e também se casou com esta.

Neste momento, começou a confusão.

A filha da minha esposa, a qual casou com o meu pai, é agora a minha madrasta.

Ao mesmo tempo, porque eu casei com a mãe, a filha dela também é minha filha (enteada).

Além disso, meu pai se tornou o genro da minha esposa, que por sua vez é sua sogra.

A minha esposa ganhou recentemente um filho, que é irmão da minha madrasta.

Portanto, a minha madrasta também é a avó do meu filho, além de ser seu irmão.

A jovem esposa do meu pai é minha mãe (madrasta) e o seu filho ficou sendo o meu irmão.

Meu filho é então o tio do meu neto, porque o meu filho é irmão de minha filha (enteada).

Eu sou, como marido de sua avó, seu avô. Portanto sou o avô de meu irmão.

Mas como o avô do meu irmão também é o meu avô, conclui-se que eu sou o avô de mim mesmo!

Portanto, Senhor Oficial, eu peço dispensa do serviço militar baseado no fato de que a lei não permite que avô, pai e filho sirvam ao mesmo tempo.

Se o senhor tiver qualquer dúvida, releia o texto várias vezes ou tente desenhar um gráfico para constatar que o meu argumento realmente é verdadeiro e correto. Espero que acredite que não tenho condições psicológicas para servir à minha pátria, embora eu tenha amplo patriotismo."


Ass.: Avô, pai e filho

quarta-feira, 17 de março de 2010

Sons que você não conhece... mas deveria!


Rhapsody & Christopher Lee - The magic of the wizard's dream

segunda-feira, 15 de março de 2010

Manual contemporâneo de funcionários

INDUMENTÁRIA
Informamos que o funcionário deverá trabalhar vestido de acordo com o seu salário. Se o percebermos calçando um tênis Nike de R$350,00 ou carregando uma bolsa Gucci de R$600,00, presumiremos que vai bem de finanças e, portanto, não precisa de aumento. Se ele se vestir de forma pobre, será um sinal de que precisa aprender a controlar melhor o seu dinheiro, para que possa comprar roupas melhores e portanto, não precisa de aumento. E se ele se vestir no meio termo, estará perfeito e, portanto, não precisa de aumento.

AUSÊNCIA DEVIDO ENFERMIDADE
Não vamos mais aceitar atestado médico como prova de enfermidade. Se o funcionário tem condições de ir até o consultório médico, pode perfeitamente vir trabalhar.

INTERVENÇÃO CIRÚRGICA
As cirurgias são proibidas. Enquanto o funcionário trabalhar nesta empresa, precisará de todos os seus órgãos. Portanto, não deve pensar em remover nada. Nós o contratamos inteiro. Remover algo constitui quebra de contrato e conseqüentemente processo trabalhista.

AUSÊNCIA DEVIDO A MOTIVOS PESSOAIS
Cada funcionário receberá 104 dias para assuntos pessoais a cada ano. Chamam-se sábados e domingos. Além do mais, terá inúmeros feriados ano afora para que esses assuntos sejam expressamente sanados.

PERÍODO DE FÉRIAS
Todos os funcionários deverão entrar em férias nos mesmos dias de cada ano e sem um período contínuo estipulado. Os dias de férias são aleatórios, mas já sabidos que dentre estes incluirão 01 de janeiro, 07 de setembro, 12 de outubro, 2 de novembro, 15 de novembro e 25 de dezembro.

AUSÊNCIA DEVIDO FALECIMENTO DE PESSOAS PRÓXIMAS
Esta não é uma justificativa para perder um dia de trabalho. Não há nada que se possa fazer pelos amigos, parentes ou colegas falecidos. Todo esforço deverá ser empenhado para que não-funcionários cuidem dos detalhes. Nos casos raros, onde o envolvimento do funcionário é necessário, o enterro deverá ser marcado para o final da tarde. Teremos prazer em permitir que o funcionário trabalhe durante o horário do almoço e daí sair uma hora mais cedo, desde que o seu trabalho esteja em dia.

AUSÊNCIA DEVIDO A SUA PRÓPRIA MORTE
Com raríssimas exceções, isto será aceito como desculpa. Entretanto, exigimos pelo menos 15 dias de aviso prévio, visto que cabe ao funcionário treinar o seu substituto.

USO DO MICTÓRIO
Os funcionários estão passando tempo demais no toalete. Sendo assim, seguiremos o sistema de ordem alfabética. Por exemplo, todos os funcionários cujos nomes começam com a letra "A" irão entre 8:00 e 8:20, aqueles com a letra "B" entre 8:20 e 8:40, e assim sucessivamente. Se não puder ir na hora designada, será preciso esperar a sua vez, no dia seguinte. Em caso de emergência, os funcionários poderão trocar o seu horário com um colega. Os supervisores dos funcionários deverão aprovar essa troca, por escrito, mas há um limite estritamente máximo de 3 minutos no vaso. Acabando esse tempo, um alarme irá tocar, o rolo de papel higiênico será recolhido, a porta do box abrirá e uma foto será tirada. Se for repetente, a foto será fixada no quadro de avisos da empresa sob o título "Infrator Crônico".

HORÁRIO DO ALMOÇO
Os magros têm 30 minutos para o almoço, porque precisam comer mais para parecerem saudáveis. As pessoas de tamanho normal têm 15 minutos para comer uma refeição balanceada que sustente o seu corpo mediano. Os gordos têm 5 minutos, porque é tudo que precisam para tomar um "Slim Fast" e um remédio de regime.

Portanto, toda dúvida, comentário, preocupação, reclamação, frustração, irritação, agravo, insinuação, alegação, acusação, observação, consternação ou "input" de qualquer funcionário deverá ser dirigida para o RH com o mesmo portando sua carteira de trabalho em mãos.

Atenciosamente
Diretoria de Recursos Humanos

sexta-feira, 12 de março de 2010

A história do mundo em 3 minutos

terça-feira, 9 de março de 2010

A precocidade de Joãozinho

Joãozinho interpela sua professora no momento da saída da escola.

- Joãozinho, qual é o seu problema?

- Professora, eu sou muito inteligente para estar no 1º ano. Minha irmã está no 3º e eu sou mais inteligente do que ela. Eu quero ir para o 3º ano também.

A professora, vendo que não teria como resolver o problema, o manda para a diretoria.

Enquanto Joãozinho espera na ante-sala, a professora explica a situação ao diretor.

O diretor acha estranho, porém tem a idéia de fazer um teste rápido com o garoto. Pensa que ele não vai conseguir responder a todas as perguntas e, conseqüentemente, terá mesmo de ficar no 1º ano. A professora concorda.

Ele chama o garoto e explica-lhe que vai ter que passar por um teste. Joãozinho aceita.

- Joãozinho, quanto é 3 x 3?

- 9.

- E quanto é 6 x 6?

- 36.

- E 9 x 9?

- 81.

O diretor continua com a bateria de perguntas que um aluno do 3º ano deve saber responder. Joãozinho não comete erro algum.

O diretor então vira-se para a professora:

- Acho que temos mesmo que colocar o Joãozinho no 3º ano.

A professora indaga se poderia fazer também algumas perguntas a Joãozinho. O diretor e o garoto estão de acordo.

- O que é que a vaca tem 4 e eu só tenho 2?

Joãozinho pensa um instante e responde:

- Pernas.

Ela faz outra pergunta:

- O que é que há nas suas calças que não há nas minhas?

O diretor arregala os olhos, mas não tem tempo de interromper.

- Bolsos! - responde o Joãozinho.

Mais uma:

- O que é que entra na frente na mulher e que só pode entrar atrás no homem?

Estupefato com os questionamentos, o diretor prende a respiração.

- A letra 'm'.

A professora continua a argüição:

- Onde é que a mulher tem o cabelo mais enroladinho?

- Na África. - responde de primeira.

E continua:

- O que que entra duro e sai mole e pingando?

O diretor apavorado e suando frio! Eis que Joãozinho responde:

- O macarrão na panela.

E a professora não pára:

- O que é que começa com 'b', tem 'c' no meio, termina com 'a' e para ser usada é preciso abrir as pernas?

O professor fica paralizado!

- A bicicleta.

E a professora continua:

- Qual o monossílabo tônico que começa com 'c', termina com 'u' e ora está sujo ora está limpo?

O diretor começa a tremer.

- O céu, professora!

A professora não se intimida:

- O que é que começa com 'c', tem 2 letras, um buraco no meio e eu já dei para várias pessoas?

- CD!

Não mais se contendo, o diretor interrompe, respira aliviado, limpa o suor e se vira para a professora:

- Puta que pariu! Põe a porra desse moleque como diretor, que vou fazer minha matrícula no 3º ano. Errei todas!

domingo, 7 de março de 2010

Como desmoralizar o Neto em 2 passos

sexta-feira, 5 de março de 2010

Plurais e coletivos

1 médico = um doutor
2 médicos = uma cirurgia
3 médicos = uma clínica
4 médicos = uma putaria

1 advogado = um bacharel em direito
2 advogados = um escritório
3 advogados = uma reunião
4 advogados = uma quadrilha

1 carioca = um funkeiro
2 cariocas = roda de samba
3 cariocas = uma boca de fumo
4 cariocas = um arrastão

1 gaúcho = um cabra macho, tchê!
2 gaúchos = uma briga de faca
3 gaúchos = um rodeio
4 gaúchos = uma revolta armada

1 baiano = um escritor famoso
2 baianos = uma luta de capoeira
3 baianos = um grupo de axé
4 baianos = um terreiro de macumba

1 paulista = uma micro-indústria
2 paulistas = uma indústria de médio porte
3 paulistas = uma indústria de grande porte
4 paulistas = uma catástrofe ecológica

1 paraíba = um porteiro
2 paraíbas = repentistas tirando versos
3 paraíbas = um canteiro de obras
4 paraíbas = um pau-de-arara indo para São Paulo

1 árabe = um sheik do petróleo
2 árabes = terroristas da Al-Qaeda
3 árabes = شلآع ةعاشةةشي شمظ شئهئ
4 árabes = peregrinação a Meca

1 chinês = uma lavanderia
2 chineses = uma pastelaria
3 chineses = uma equipe de pingue-pongue
4 chineses = uma explosão demográfica

1 norte-coreano =
(censurado)
2 norte-coreanos = (censurado)
3 norte-coreanos = (censurado)
4 norte-coreanos =
(censurado)

1 italiano = um jornaleiro
2 italianos = uma pizzaria
3 italianos = um ensaio de ópera
4 italianos = novela das oito

1 japonês = um fotógrafo
2 japoneses = uma quitanda
3 japoneses = um templo de Seicho-No-Ie
4 japoneses = reunião da Yakuza

1 argentino = um filho da puta
2 argentinos = dois filhos da puta
3 argentinos = três filhos da puta
4 argentinos = quatro filhos da puta

1 estudante = o futuro da nação
2 estudantes = uma república em formação
3 estudantes = uma passeata
4 estudantes = um bando de desempregados

1 petista = um idealista
2 petistas = cúmplices
3 petistas = invasão de terras
4 petistas = turma do mensalão