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sábado, 4 de maio de 2013

2014, o ano em que o Brasil será derrotado



O Brasil será o grande derrotado na Copa do Mundo de 2014. Esqueçam esquemas táticos, análises técnicas, convocações, gols ou arbitragens. A derrota não virá numa zebra nas oitavas contra a Bélgica, num duelo épico de quartas contra a Itália, numa semi angustiante contra a Espanha ou num 'Maracanazzo reloaded' contra a Argentina.

A derrota já veio. O Brasil perdeu a Copa de 2014.

O Brasil perdeu, leiam bem. O que vai acontecer com a seleção brasileira é outra história. Uma história que muda pouco o que realmente importa. O Brasil perdeu a Copa de 2014. 

Um evento como a Copa é a chance de um país mudar, se redescobrir, sanar problemas e construir soluções, mesmo que seja sob a fajutíssima desculpa de "o que o mundo vai pensar da gente se não estiver tudo dando certo?". Que seja, dane-se a pequenez da desculpa, desde que sejam construídas estradas, linhas de metrô, corredores de ônibus, elevadores, hotéis, e, vá lá, até um ou outro estádio.

A Copa do Mundo é, para os tempos de hoje, o que foram as tais "Exposições Mundiais" no século 19. Era preciso se arrumar para receber visitas em casa. 

Mas o Brasil hoje corre para retocar a maquiagem, empurra a vassouradas a sujeira para debaixo do tapete, tranca os cachorros pulguentos na despensa e manda a criançada dormir mais cedo, porque sabe como é criança quando chega visita, desanda a falar cada coisa...

Faltam pouco menos de dois meses para a Copa das Confederações, e o estádio da final não está pronto. Aquele estádio na Zona Norte do Rio, que foi erguido no lugar do Maracanã ao preço mirabolante de R$ 1 bilhão e que terá de ser reformado para a Olimpíada. Nenhum aeroporto teve reformas significativas concluídas.

Pouco mais de um ano para a Copa do Mundo e os taxistas que falam inglês continuam a ser uma raridade, as placas de trânsito seguem indecifráveis para estrangeiros, os hotéis e vias públicas não vão dar conta do recado, obras de mobilidade urbana de Manaus, Brasília e São Paulo não ficarão prontas - umas foram canceladas, outras postergadas, todas custaram irreversíveis milhões e não é difícil adivinhar quem pagou a conta.

O presidente do Comitê Organizador Local está cercado por denúncias, e não é para menos. José Maria Marín, o homem que gere a operação Copa do Mundo no Brasil, passou seus mandatos de deputado bajulando delegados ligados às torturas da ditadura, superfaturou a sede da CBF, negociou apoio na aprovação de contas da confederação dando cheques a seus eleitores. 

Enquanto isso, o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, diz que a organização da Copa do Mundo no Brasil seria mais fácil se o país fosse menos democrático e tivesse menos esferas de governo. Legal é a Rússia, que tem um poder centralizado e menos palpiteiros. A organização da Copa do Mundo seria mais fácil, monsieur Valcke, se ela estivesse nas mãos de gente diferente. De gente que não estivesse interessada apenas em sugar dinheiro do país com o benefício de isenção de impostos. A organização da Copa do Mundo seria mais fácil se ela fosse feita para, de fato, deixar o país com algumas pequenas vitórias em áreas que vão muito além do campo de jogo. 

O Brasil de Felipão, de Neymar, de Ronaldinho ou Kaká, o Brasil pentacampeão, seja com volantes classudos ou brucutus, pode ganhar ou perder a Copa de 2014. 

O Brasil de 200 milhões de pessoas, aquele que acordará no dia 14 de julho de 2014 para trabalhar, este sairá da Copa derrotado. Qualquer que seja o resultado da final.

domingo, 10 de março de 2013

Chávez, uma rara voz sensata de esquerda que se cala



Não tenho dúvidas de que a história irá fazer bom juízo de Hugo Chávez, o comandante de uma revolução pacífica e democrática, a desmembrar e expôr em praça pública o complexo e cruel pacto de permanência das elites locais. Antes de Chávez, a Venezuela não existia no mapa geopolítico mundial. Parecia ser anexo na América do Sul, um país-satélite dos Estados Unidos, a ponto de amar mais o beisebol ao futebol. Uma elite que tinha Miami como um condomínio de luxo, ao qual voltavam às sextas-feiras, depois do trabalho, empresários, políticos e cidadãos.

Antes de Chávez, a Venezuela mantinha-se dentro de uma estrutura social paralisante, dentro da qual os privilégios do petróleo, maior riqueza do país, eram distribuídos entre apenas 1% da população. Em pouco mais de uma década, o líder bolivariano tirou, de um universo de 24,6 milhões de pessoas, 5 milhões delas da pobreza absoluta.

Universalizou a saúde e a educação, criou mercados subsidiados de alimentos, ensinou política aos pobres, tirou os arreios da Venezuela em relação aos Estados Unidos e, certa vez, na sede da ONU em Nova Iorque, diante das câmaras, disse sobre o lugar que George W. Bush havia ocupado antes de sua fala: “Ainda cheira a enxofre”.

Hugo Chávez fez trocentas eleições livres na Venezuela, todas monitoradas por observadores estrangeiros e, mais ainda, por uma mídia sedenta de sangue, mas é uma tarefa inútil bater nessa tecla. Fixar a pecha de “ditador” em Chávez foi uma tentativa do Departamento de Estado americano e da mídia em geral para iniciar o processo de demonização do presidente venezuelano. Nem é preciso dizer na nossa triste contribuição nesse processo, dando notícia de como Chávez era perigoso para o mundo livre, branco e cristão. Embora Chávez, o índio, o negro, o zé-ninguém, acreditava em um socialismo baseado nas origens do cristianismo. Então, tinha que ser “ditador”,  mesmo, já que a fé em Cristo impedia que lhe imputassem, também, a pecha de “comunista”.

A reação dos conservadores a Chávez, confesso, me interessava mais do que a figura do presidente, a histeria da direita latino americana, a forma primária como a propaganda contra o presidente venezuelano se disseminava pelo noticiário da mídia brasileira, as opiniões de bonecos de ventríloquos disfarçados de especialistas, o ódio dos liberais contra a erradicação de privilégios.

Chávez combateu a todos, e a todos venceu. Tinha o riso largo dos vencedores, não disfarçava o desprezo pela tibieza de seus adversários, dos que lhe acusavam de ser um tanto caricato em seu uniforme militar. Estes mesmos que, no entanto, eram suficientemente espertos para entender o significado daquela farda. Chávez deu ao Exército de onde veio um novo significado de Pátria, onde estão todos, não somente uns.

Não sou ninguém, nem tenho conhecimento o suficiente para prever o futuro da Venezuela. Mas uma coisa é certa: ela nunca mais será a mesma depois de Chávez. Você duvida? Tire suas conclusões...

- Jamais, na história da América Latina, um líder político alcançou uma legitimidade democrática tão incontestável. Desde sua chegada ao poder em 1999, houve 16 eleições na Venezuela. Hugo Chávez ganhou 15, entre as quais a última, no dia 7 de outubro de 2012. Sempre derrotou seus rivais com uma diferença de 10 a 20 pontos percentuais. 

- Todas as instâncias internacionais, desde a União Européia até a Organização dos Estados Americanos, passando pela União de Nações Sul-Americanas e pelo Centro Carter, mostraram-se unânimes ao reconhecer a transparência das eleições. 

- Jimmy Carter, ex-presidente dos Estados Unidos, inclusive declarou certa vez que o sistema eleitoral da Venezuela era o melhor do mundo.

- A universalização do acesso à educação, implementada em 1998, teve resultados excepcionais. Cerca de 1,5 milhão de venezuelanos aprenderam a ler e a escrever graças à campanha de alfabetização denominada Missão Robinson I. 

- Em dezembro de 2005, a Unesco decretou que o analfabetismo na Venezuela havia sido erradicado. 

- O número de crianças na escola passou de 6 milhões em 1998 para 13 milhões em 2011, e a taxa de escolarização agora é de 93,2%. 

- A Missão Robinson II foi lançada para levar a população a alcançar o nível secundário. Assim, a taxa de escolarização no ensino secundário passou de 53,6% em 2000 para 73,3% em 2011. 

- As Missões Ribas e Sucre permitiram que dezenas de milhares de jovens adultos chegassem ao ensino superior. Assim, o número de estudantes passou de 895.000 em 2000 para 2,3 milhões em 2011, com a criação de novas universidades. 

- Em relação à saúde, foi criado o Sistema Nacional Público para garantir o acesso gratuito à atenção médica para todos os venezuelanos. Entre 2005 e 2012, foram criados 7.873 centros médicos na Venezuela. 

- O número de médicos passou de 20 por 100 mil habitantes, em 1999, para 80 em 2010, ou seja, um aumento de 400%. 

- A Missão Bairro Adentro I permitiu a realização de 534 milhões de consultas médicas. Cerca de 17 milhões de pessoas puderam ser atendidas, enquanto que, em 1998, menos de 3 milhões de pessoas tinham acesso regular à saúde. Foram salvas 1,7 milhão de vidas entre 2003 e 2011. 

- A taxa de mortalidade infantil passou de 19,1 a cada mil, em 1999, para 10 a cada mil em 2012, ou seja, uma redução de 49%. 

- A expectativa de vida passou de 72,2 anos em 1999 para 74,3 anos em 2011.

- Graças à Operação Milagre, lançada em 2004, 1,5 milhão de venezuelanos vítimas de catarata ou outras enfermidades oculares recuperaram a visão. 

- De 1999 a 2011, a taxa de pobreza passou de 42,8% para 26,5%, e a taxa de extrema pobreza passou de 16,6% em 1999 para 7% em 2011. 

- Na classificação do IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) do PNUD (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), a Venezuela passou do posto 83 no ano 2000 (0,656) ao 73° lugar em 2011 (0,735), e entrou na categoria das nações com o IDH elevado. 

- O coeficiente Gini, que permite calcular a desigualdade em um país, passou de 0,46 em 1999 para 0,39 em 2011. 

- Segundo o PNUD, a Venezuela ostenta o coeficiente Gini mais baixo da América Latina, e é o país da região onde há menos desigualdade. 

- A taxa de desnutrição infantil reduziu 40% desde 1999. 

- Em 1999, 82% da população tinha acesso a água potável. Agora, são 95%. 

- Durante a presidência de Chávez, os gastos sociais aumentaram 60,6%. 

- Antes de 1999, apenas 387 mil idosos recebiam aposentadoria. Agora são 2,1 milhões. 

- Desde 1999, foram construídas 700 mil moradias na Venezuela. 

- Desde 1999, o governo entregou mais de um milhão de hectares de terras aos povos originários do país. 

- A reforma agrária permitiu que dezenas de milhares de agricultores fossem donos de suas terras. No total, foram distribuídos mais de 3 milhões de hectares.

- Em 1999, a Venezuela produzia 51% dos alimentos que consumia. Em 2012, a produção é de 71%, enquanto que o consumo de alimentos aumentou 81% desde 1999. Se o consumo em 2012 fosse semelhante ao de 1999, a Venezuela produziria 140% dos alimentos consumidos em nível nacional.

- Desde 1999, a taxa de calorias consumidas pelos venezuelanos aumentou 50%, graças à Missão Alimentação, que criou uma cadeia de distribuição de 22.000 mercados de alimentos (MERCAL, Casa da Alimentação, Rede PDVAL), onde os produtos são subsidiados, em média, 30%. O consumo de carne aumentou 75% desde 1999.

- 5 milhões de crianças agora recebem alimentação gratuita por meio do Programa de Alimentação Escolar. Em 1999, eram 250 mil.

- A taxa de desnutrição passou de 21% em 1998 para menos de 3% em 2012.

- Segundo a FAO, a Venezuela é o país da América Latina e do Caribe mais avançado na erradicação da fome.

- A nacionalização da empresa de petróleo PDVSA, em 2003, permitiu que a Venezuela recuperasse sua soberania energética.

- A nacionalização dos setores elétricos e de telecomunicação (CANTV e Eletricidade de Caracas) permitiu pôr fim a situações de monopólio e universalizar o acesso a esses serviços.

- Desde 1999, foram criadas mais de 50.000 cooperativas em todos os setores da economia.

- A taxa de desemprego passou de 15,2% em 1998 para 6,4% em 2012, com a criação de mais de 4 milhões de postos de trabalho.

- O salário mínimo passou de 100 bolívares (US$ 16) em 1998 para 2.047,52 bolívares (US$ 330) em 2012, ou seja, um aumento de mais de 2.000%. Trata-se do salário mínimo mais elevado da América Latina.

- Em 1999, 65% da população economicamente ativa recebia um salário mínimo. Em 2012, apenas 21,1% dos trabalhadores têm este nível salarial.

- Os adultos com certa idade que nunca trabalharam dispõem de uma renda de proteção equivalente a 60% do salário mínimo.

- As mulheres desprotegidas, assim como as pessoas incapazes, recebem uma ajuda equivalente a 70% do salário mínimo.

- A jornada de trabalho foi reduzida a 6 horas diárias e a 36 horas semanais sem diminuição do salário.

- A dívida pública passou de 45% do PIB em 1998 a 20% em 2011. A Venezuela se retirou do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, pagando antecipadamente todas as suas dívidas.

- Em 2012, a taxa de crescimento da Venezuela foi de 5,5%, uma das mais elevadas do mundo.

- O PIB per capita passou de US$ 4.100 em 1999 para US$ 10.810 em 2011.

- Segundo o relatório anual World Happiness de 2012, a Venezuela é o segundo país mais feliz da América Latina, atrás da Costa Rica, e o 19° em nível mundial, à frente da Espanha e da Alemanha.

- A Venezuela oferece um apoio direto ao continente americano mais alto que os Estados Unidos. Em 2007, Chávez ofereceu mais de US$ 8,8 bilhões em doações, financiamentos e ajuda energética, contra apenas US$ 3 bilhões da administração Bush.

- Pela primeira vez em sua história, a Venezuela dispõe de seus próprios satélites (Bolívar e Miranda) e é agora soberana no campo da tecnologia espacial. Há internet e telecomunicações em todo o território.

- A criação da Petrocaribe, em 2005, permitiu que 18 países da América Latina e do Caribe, ou seja, 90 milhões de pessoas, adquirissem petróleo subsidiado em cerca de 40% a 60%, assegurando seu abastecimento energético.

- A Venezuela também oferece ajuda às comunidades desfavorecidas dos Estados Unidos, proporcionando-lhes combustíveis com tarifas subsidiadas.

- A criação da Alba (Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América), em 2004, entre Cuba e Venezuela, assentou as bases de uma aliança integradora baseada na cooperação e na reciprocidade, agrupando 8 países membros, e que coloca o ser humano no centro do projeto de sociedade, com o objetivo de lutar contra a pobreza e a exclusão social.

- Hugo Chávez está na origem da criação, em 2011, da Celac (Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos), agrupando, pela primeira vez, as 33 nações da região, que assim se emancipam da tutela dos Estados Unidos e do Canadá.

- Hugo Chávez desempenhou um papel chave no processo de paz na Colômbia. Segundo o presidente Juan Manuel Santos, "se avançamos em um projeto sólido de paz, com progressos claros e concretos, progressos jamais alcançados antes com as FARC, é também graças à dedicação e ao compromisso de Chávez e do governo da Venezuela".


domingo, 4 de novembro de 2012

Lula e os 9 dedos de uma farsa



No último dia de seu mandato, faltando poucas horas para entregar a faixa a uma desconhecida que ele escolheu no meio da militância, Luiz Inácio Lula da Silva resolveu não extraditar o terrorista italiano Cesare Battisti, acusado de quatro assassinatos em seu país. Com isso, insultou a Justiça da Itália (que, ao contrário das de Cuba ou do Irã, considera suspeita e inidônea), as vítimas de Battisti, a decência e a humanidade.

Horas antes, ele aprontou mais uma: por intermédio de seu chanceler, Celso Amorim, o Itamaraty presenteou com passaportes diplomáticos alguns "bispos" da Igreja Universal do Reino de Deus e vários parentes de Lula. Por lei, o passaporte vermelho é exclusivo de autoridades, diplomatas (e seus dependentes) e pessoas que dele necessitem para exercer funções oficiais em benefício da nação.


Na mesma semana, Lula aproveitou para tripudiar de milhões de brasileiros, ao comentar o aumento de mais de 60% no salário que os deputados se autoconcederam, e de mais de 100% no de presidente da República. Perguntado a respeito, ele não encontrou nada melhor a dizer senão lamentar, em tom de chacota, sua "falta de sorte", pois estaria deixando o cargo dali a alguns dias...


Se o Brasil fosse um país sério e não a terra da chanchada, tipos como Lula já estariam na cadeia há tempos. O que vai aí em cima é uma pequeníssima amostra e refere-se apenas à última semana de seu governo. Tem muito mais, tanto que é até difícil elencar o número de vezes que Lula da Silva ofendeu a gramática, a lógica, a honestidade e a inteligência desde que assumiu o papel de histrião-mor da República. Daqui a alguns anos, lembraremos de Lula com profunda vergonha, como se lembra hoje em dia das calças boca-de-sino ou dos penteados dos anos 70 (com a diferença de que estes, apesar de cafonas, eram inofensivos).


OK, OK, Lula é um farsante, o maior que já pisou o tapete do Palácio do Planalto. Tudo isso é público e notório etc. e tal. A questão é: por que ninguém dá a mínima? Por que o povo brasileiro não resolve imitar os tunisianos e sair às ruas pedindo a cabeça do Apedeuta numa bandeja?


A resposta-padrão, que é sempre brandida nessas horas, é a seguinte: sob Lula, o Brasil mudou. Sob Lula, os pobres melhoraram de vida. Isso é o que repete a propaganda oficial.


Isso é mesmo verdade? Quem é jovem, com menos de 20 anos, não tem idade suficiente para lembrar do Brasil antes do Plano Real. Nem do Lula líder da oposição - a mais barulhenta e irresponsável que já existiu no Brasil, ao contrário do que existe hoje, que nem merece o nome de oposição -; enfim, do Lula antes de virar presidente. De Lula, assim como todos dessa idade para baixo, tem-se apenas a imagem do "estadista", do líder que "tirou milhões da pobreza", cantado em verso e prosa por uma legião de intelectuais vendidos e por uma imprensa embasbacada e covarde.

Sim, a vida dos pobres melhorou nos últimos oito anos. Assim como vem melhorando, de forma quase ininterrupta, nos últimos vinte, trinta, quarenta ou cinquenta anos. Pegue qualquer dado estatístico, qualquer tabela, e você verá que a curva é sempre ascendente. Há, no Brasil de 2012, menos gente vivendo em condições subumanas do que havia em 1960 ou em 1930. Há menos pobreza, menos doenças contagiosas, menos mortos ao nascer, menos analfabetos (quer dizer, com a exceção da política!). Do mesmo modo, há hoje mais estradas, mais televisores, mais automóveis, mais geladeiras, mais fogões, mais mesas e mais cadeiras.


Por que isso acontece? Porque esse é um processo do desenvolvimento capitalista brasileiro. Por estas bandas, o capitalismo, embora muito atrasado em relação a outros países, conseguiu retirar muita gente da miséria. Conseguiu melhorar a vida de muitos. Poderia, inclusive, ter feito muito mais, se o governo deixasse. Poderia ter criado muitos mais empregos, se não houvesse, por exemplo, tantos impostos (além do mais, mal aplicados).


A questão não é se a vida da maioria esteja ou não melhorando, inclusive em aspectos como saúde e educação. Isso é um fato. A questão é que essa melhora nas condições de vida da população não se deve a governo X ou Y, não é, enfim, uma "conquista do governo Lula", como diz a propaganda oficial (e muito menos do Bolsa-Cabresto, que não passa de uma forma de perpetuar uma clientela política). Se o Brasil hoje produz mais, por exemplo, alimentos, se é hoje uma potência agrícola, isso não se deve ao governo Lula, que pouco ou nada fez para estimular esse setor nos últimos oito anos (a não ser consumir e muito um tal produto originário da cana-de-açúcar). Tampouco ao governo FHC, ou Collor, ou Sarney. É algo que se deve, em primeiro lugar, ao agronegócio, que é visto como um bicho-papão pela companheirada do PT e do MST.


Do mesmo modo, se hoje não temos inflação fora de controle, se a economia está estabilizada, isso também não foi uma graça alcançada pela intercessão de São Luiz Inácio dos Pobres e companhia: na verdade, eles pegaram o bonde andando das reformas implementadas pelo governo FHC. Mesmas reformas a que se opuseram com tanto ardor antes de chegarem ao poder.


Enfim, a vida melhorou sim, mas não por causa do Lula e dos petistas – foi APESAR deles. O principal mérito - na verdade, o ÚNICO mérito - do governo Lula foi NÃO ter mexido no que estava certo: a economia (ou seja: o que foi bom, no governo Lula, não era novo, e o que era novo, não era bom). Eles apostam na amnésia coletiva para vender a idéia mentirosa de que tudo de bom que existe foram eles que fizeram, e antes era o caos.


Isso quer dizer o seguinte: um dos principais fatores a dar legitimidade ao governo Lula (e agora, Dilma), a idéia de que "o meu governo fez o povo melhorar de vida", é uma farsa. Embora se baseie numa verdade – sim, a vida da maioria melhorou nos últimos anos, como já vinha melhorando antes –, é uma mentira demagógica.


Esse discurso dos lulo-petistas é completamente falso, é um jeito que acharam de enganar os otários. Além disso, mesmo que a prosperidade e a melhoria da vida dos cidadãos fosse obra de governo A ou B, o fato de o governo Lula ter sido o mais corrupto da história do Brasil (mensalão, Cachoeira e afins) - sem falar nos constantes ataques às liberdades fundamentais, como a de imprensa, e a politica externa escandalosa -, dele retira qualquer traço de legitimidade.


Outra coisa: se você ouvir algum economista do IPEA ou de alguma fundação ligada ao PT falando no surgimento de uma "nova classe média", pode preparar a cesta de ovos e tomates, pode chamar a polícia. O que determina classe social não é a capacidade de consumo, mas o papel que cada um exerce na economia, além de fatores como a educação e o acesso a outros serviços essenciais. Cerca de 50% dos lares brasileiros continuam sem saneamento básico, e nos exames internacionais os alunos brasileiros terminam sempre dando vexame, ficando nos últimos lugares. A classe D pode estar comprando mais geladeiras e tomando mais refrigerante, mas, se não tiver esgoto, e se não souber ler e contar direito, continua sendo classe D, e não C ou B. Aliás, essa sopa de letrinhas não quer dizer rigorosamente nada. É mais uma balela dos lulo-petistas, os inventores do Brasil-maravilha.


Resumindo: com Lula, a vida melhorou? Sim, como já vinha melhorando antes. Isso foi devido a ele e aos petistas? Não. Pelo contrário: poderia ter sido feito muito mais sem eles. A economia não precisa de Lula e dos petistas para seguir crescendo. Já Lula e os petistas precisam da economia para seguir enganando a todos. Por que se diz então que foi Lula o grande gênio por trás desse processo? Só Deus sabe.


Se há motivos de sobra para repudiar o governo dos metralhas como a maior farsa da história do Brasil, em economia isso não é muito diferente. Não, o Brasil não mudou. Em economia, então, não mudou absolutamente nada. Ainda bem. Agora, que tantos se deixem enganar por Lula e sua quadrilha, é algo que desafia a compreensão. Afinal, a sigla PT estar contida em 'corrupto' não é uma mera coincidência gramatical.


domingo, 5 de agosto de 2012

Michael Phelps, uma lenda ante nossos olhos



Costuma-se chamar de lenda uma narrativa fantasiosa, com um caráter fantástico e fictício, combinando fatos reais e históricos com fatos irreais que são meramente um produto da imaginação aventuresca humana. Adiciona-se elementos como as explicações plausíveis para os acontecimentos misteriosos ou sobrenaturais. Seria fácil iludir nossos ouvintes, e eles estariam prontos para acreditarem em tudo, basta o fato ter ocorrido em um passado onde ele não viveu. Fale de Jesse Owens ou de Larissa Latynina. Cite Carl Lewis e relate os feitos obtidos por Paavo Nurmi. Não se esqueça de contar a histórica nota 10 de Nadia Comaneci ou o recorde incrível conseguido por Mark Spitz. Todos lendas do esporte, porque estão no passado. Se for hoje em dia parece que não vale muito, parece banal demais chamar um atleta atual de o maior de todos os tempos. Por que?

Privilegiados serão aqueles que viverão daqui 50 anos ou mais. Eles irão ouvir a história de um nadador orelhudo que simplesmente se tornou o maior medalhista olímpico de todos os tempos. Um cara que conquistou 22 medalhas em três edições olímpicas (18 de ouro, 2 de prata e 2 de bronze), apesar de ter disputado quatro. Isso se ele realmente se aposentar depois dos Jogos Olímpicos de Londres 2012, aos precoces 27 anos. Um cara que até fez alguma besteira em sua vida pessoal, como por exemplo ser flagrado publicamente fumando um cigarro de maconha. Ele é uma lenda, como hoje são lendas Jesse Owens, Larissa Latynina, Carl Lewis, Mark Spitz e tantos outros. Exatamente porque quando é do passado, às vezes em preto e branco, parece mais fácil acreditar. Por todas as características que envolve uma lenda. Mas essa lenda é mais real do que qualquer outra, ela acontece diante de nossos próprios olhos e precisamos aceitar, entender e acima de tudo contemplar esses feitos extraordinários de Michael Phelps. E por que muitos não aceitam, como, por exemplo, o ex-atleta britânico Sebastian Coe?

Talvez seja pela forma de como a imagem do atleta é conduzida na mídia. Uma atleta que esteve nas Olímpiadas de Sydney 2000, mas que aos 15 anos de idade não passou do 5º lugar nos 200m borboleta. Prova que muito pouco tempo depois estabeleceria o novo recorde mundial. Phelps foi de desconhecido à celebridade que prometia vencer tudo em Atenas 2004. Ele ganhou 6 medalhas de ouro e 2 de bronze, um resultado excelente que foi considerado um fracasso. O americano não desistiu e então viria a conseguir a inacreditável marca de 8 medalhas de ouro em uma mesma Olímpiada, em Pequim 2008, superando Mark Spitz. Mas todos só lembram que ele quase perdeu uma prova e que seu companheiro o salvou no revezamento.

Michael Phelps não quase perdeu os 200m borboleta em Pequim, ele ganhou de forma incrível. Tão incrível como foi a vitória do sul-africano Chad Le Clos contra o próprio Phelps nesta mesma prova em Londres 2012. E Jason Lezak não o salvou no revezamento, porque o revezamento é uma equipe e cada um tem o seu fator de importância fundamental. Phelps fez história quando se tornou o maior medalhista de ouro de todos os tempos e quando venceu 8 ouros na mesma edição dos jogos. Quando alguém fará isso novamente? E isso aconteceu quando ele já tinha 6 de ouro. E antes de voltar para conseguir outras de ouro, beliscou uma prata que ainda não tinha, mas perdendo de cabeça erguida, reconhecendo a superioridade do rival e compatriota Ryan Lochte. Isso o faz ser ainda maior do que já é.

Quem foi lenda sempre continuará sendo lenda. Quem foi grande continuará sendo grande. Quem marcou seu nome na história nunca o verá ser apagado dela. E quando alguém maior surgir, não temos que esperar o tempo passar para reconhecer seus feitos, para ver como ele fora incrível e marcara época em nosso próprio tempo. Michael Phelps é o maior atleta olímpico da história. E tudo depois de voltar e conseguir mais, quando todos duvidavam de suas condições e o chamavam de acabado. Isso sem falar que no Rio 2016 ainda pode marcar um retorno triunfal da lenda, para que, quem sabe, todos consigam ver e entender realmente o que está acontecendo diante de seus próprios olhos.


domingo, 3 de junho de 2012

O jubileu de diamante que era vidro e se quebrou



Apesar da crise financeira que tem levado o governo conservador a cortar gastos essenciais com ambiente, segurança, saúde pública e educação, o Reino Unido ainda pretende celebrar com grande gala as Olimpíadas de 2012, em julho e agosto e nessa semana, o Jubileu de Diamante (ou seja, o 60º aniversário) do reinado da Rainha Elizabeth II, com direito a feriadão do dia 2 ao 5 de junho. Mas o tom da festa está ficando cada vez mais melancólico. 

Atualmente,
Elizabeth II é a monarca constitucional e chefe de Estado do Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, Antígua e Barbuda, Austrália, Bahamas, Barbados, Belize, Canadá, Granada, Jamaica, Nova Zelândia, Papua-Nova Guiné, São Cristóvão e Névis, Santa Lúcia, São Vicente e Granadinas, Ilhas Salomão e Tuvalu. É também a chefe da Comunidade de Nações, governante suprema da Igreja da Inglaterra (também denominada Igreja Anglicana), comandante-chefe das Forças Armadas do Reino Unido, Lorde de Mann e Duquesa de Normandia. É a chefe de estado que possui a maior superfície terrestre sob seu domínio, com cerca de aproximadamente 1/6 das terras do planeta. 

Quando a rainha foi coroada, em 6 de fevereiro de 1952 (e ainda na festa da coroação, em 2 de junho de 1953), o Reino Unido, mesmo empobrecido e endividado pela II Guerra Mundial, ainda podia se ver como a terceira potência mundial. Sua economia ainda era a terceira maior do mundo (e a maior da Europa), a frota naval sobrevivente da guerra ainda era respeitável e em outubro desse ano o país se tornaria o terceiro a detonar uma bomba atômica (perto das ilhas Montebello, na Austrália Ocidental). Londres ainda controlava o Canal de Suez, grande parte da África do Cairo ao Cabo, a maior parte do petróleo do Golfo Pérsico e muito do Caribe e do Sudeste Asiático.

A
 jovem rainha liderava uma entidade que abrangia um quarto da superfície da Terra e um quinto da população. Domínios como Canadá, Austrália, Nova Zelândia e África do Sul já eram praticamente independentes (algumas restrições simbólicas permaneceram até os anos 1970) e a Índia optara pela república, mas a Comunidade Britânica ainda era uma realidade pelo menos tão concreta quanto a União Européia de hoje. Suas economias ainda dependiam em grande parte das decisões de transnacionais britânicas e estavam integradas na vasta zona da libra, manipulada pela City londrina. 

Sessenta anos depois, tem-se a impressão de que o país envelheceu ainda mais que a sua soberana. A produção econômica britânica é apenas a sétima do mundo, agora que foi ultrapassada pelo Brasil. As colônias desapareceram quase todas, salvo por alguns enclaves mantidos por pura teimosia, como as Ilhas Malvinas e Gibraltar, e outros conservados para servirem de paraísos fiscais, como as Ilhas Cayman e as Ilhas Virgens Britânicas, ou para serem usadas como bases navais pelos EUA, como as Ilhas Chagos, no Índico. Política e diplomaticamente, o país é pouco mais que um apêndice dos EUA, colocando o que resta de suas forças militares e de seus serviços de inteligência a serviço das aventuras militares de Washington. Economicamente, é um integrante cada vez mais marginalizado de uma União Européia em crise. 


A indústria da antiga “fábrica do mundo” praticamente desapareceu, varrida pela concorrência alemã, japonesa e chinesa e pela obsessão thatcheriana por neoliberalismo e desregulamentação. E o futuro do setor financeiro que seu governo promoveu e privilegiou e hoje é o mais competitivo do país está ameaçado pela crise européia e pela recusa da Zona do Euro a isentar a City das novas taxas e regulamentos que pretende impor ao setor em toda a União Européia. 


Pouco antes do jubileu, a rainha já sofreu mais uma humilhação: logo após tomar posse em 5 de janeiro, a nova primeira-ministra Portia Simpson-Miller da Jamaica, eleita pelo Partido Nacional Popular, de centro-esquerda, prometeu instaurar a república na mais importante ex-colônia britânica não-branca do Hemisfério Ocidental, que cantava “Deus salve o rei (ou a rainha)” desde 1655. Foi um presente nada agradável para o Dia de Reis. 


E agora o reino de Elizabeth II corre o risco de, em breve, perder até o direito de se chamar Unido e privar seus cidadãos do direito de se chamarem britânicos. Pois o governo regional da Escócia, cuja união com a Inglaterra originou o Reino da Grã-Bretanha em 1707, que passou a ser Reino Unido ao incorporar a Irlanda em 1801, decidiu que convocará um referendo sobre a independência no outono de 2014, logo após a comemoração dos 700 anos da batalha de Bannockburn, na qual os escoceses derrotaram a primeira tentativa de anexação pela Inglaterra. 


A iniciativa do primeiro-ministro escocês Alex Salmond, cujo Partido Nacional Escocês conquistou a maioria absoluta do parlamento regional nas eleições de maio de 2011, enfureceu o primeiro-ministro conservador David Cameron e pôs em xeque a tradição do
fair play britânico (que logo poderá voltar a ser apenas inglês). Cameron alega que o parlamento escocês não tem poderes para submeter esse tema a plebiscito sem a anuência de Londres e quer levar a questão à Corte Suprema. Segundo uma pesquisa de outubro, 49% dos escoceses (e 39% dos britânicos) acham que a Escócia devia ser independente, mas o apoio à separação é maior entre os jovens e pode aumentar com o agravamento da crise econômica, razão pela qual Cameron pressiona para que a consulta seja feita dentro de, no máximo, 18 meses. 

Um consolo para a rainha e seus problemáticos herdeiros é que Alex Salmond pretende manter a rainha como monarca caso conquiste a independência, como ainda fazem o Canadá e a Austrália. Na verdade, diz ele, os escoceses têm uma relação com a monarquia mais amistosa e menos marcada por conflitos de classe que os ingleses e há melhores argumentos para uma república inglesa que para uma escocesa. Vale lembrar que uma pesquisa de 2009 do jornal
The Guardian e da revista The Observer indicou que 54% dos britânicos apoiavam a abolição da monarquia, apesar de só 3% deles julgarem que isso era uma prioridade. Se o agravamento da crise levar os ingleses a decidir cortar mais esse gasto público particularmente inútil, a família real talvez ainda encontre abrigo nos castelos escoceses.


sábado, 18 de junho de 2011

Como derrotar a ignorância de norte-americanos

Durante debate em uma universidade nos Estados Unidos em novembro de 2000, o ex-governador do Distrito Federal, ex-ministro da educação e atual senador Cristóvam Buarque (guarde esse nome para as próximas eleições federais!) foi questionado sobre o que pensava sobre a internacionalização da Amazônia. Um jovem americano introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um humanista e não de um brasileiro.

Eis a resposta do sr. Cristóvam Buarque:

"De fato, como brasileiro eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso.

Como humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, posso imaginar a sua internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a humanidade.

Se a Amazônia, sob uma ética humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a Amazônia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço.

Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazônia é uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um país.

Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da especulação.

Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar que esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural Amazônico, seja manipulado e instruído pelo gosto de um proprietário ou de um país. Não faz muito, um milionário japonês decidiu enterrar com ele um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele quadro deveria ter sido internacionalizado.

Durante este encontro, as Nações Unidas estão realizando o Fórum do Milênio, mas alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos Estados Unidos. Por isso, eu acho que Nova York, como sede das Nações Unidas, deveria ser internacionalizada. Pelo menos Manhattan deveria pertencer a toda a humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua história do mundo, deveria pertencer ao mundo inteiro.

Se os Estados Unidos querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maiores do que as lamentáveis queimadas feitas nas florestas do Brasil.

Defendo a idéia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos usando essa dívida para garantir que cada criança do mundo tenha possibilidade de comer e de ir à escola. Internacionalizemos as crianças, tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro.

Como humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa!
"

terça-feira, 3 de maio de 2011

A morte de Bin Laden vs. 11 de setembro: as maiores fraudes do século XXI

Se você é um daqueles que acredita que a destruição das Torres Gêmeas em 11 de Setembro de 2001 foi obra de Osama Bin Laden, então não adianta nem ler este post, porque você também não irá acreditar que Osama Bin Laden continua mais vivo do que nunca.

O que ficou conhecido como o maior ataque terrorista da história e atribuído a Bin Laden não passou de uma grande farsa. Tecnicamente, o ato que matou cerca 3000 pessoas inocentes foi planejado, arquitetato e realizado dentro dos Estados Unidos por cerca de 300 pessoas, os chamados ILLUMINATI, que se julgam donos do planeta com a conivência do ex-presidente George W. Bush. Estes senhores, que mandam na economia americana e, em conseqüência, na economia mundial, só visam uma coisa: o lucro. E se para obter mais e mais lucro isto signifique o sacrifício de vidas humanas inocentes, que assim seja.

Para um governo que tem nas mãos o poder que os Estados Unidos têm e que são capazes de um ato como a destruição das Torres Gêmeas, fazer o mundo acreditar que eles mataram Osama Bin Laden é como pegar um ovo depois que a galinha fez o seu trabalho. Aí é só fritar.

Este é mais um fato de como nós, seres humanos normais, contribuintes, pais e filhos de famílias ordeiras, cidadãos que cumprem seus deveres com a sua pátria, somos presas fáceis no processo de manipulação das informações que atendam aos interesses corporativos e de grupos que dominam este nosso mundo cada vez mais globalizado e não menos bestializado.

Por quê Osama Bin Laden supostamente morreu? Aqui está o fio da meada. Barack Obama está mal nas pesquisas e os cerca de 300 picaretas que querem dominar o mundo querem que ele seja reeleito. Era preciso um fato impactante para reverter o processo e tornar Barack Obama num novo héroi ianque. Isto posto, a morte de Bin Laden foi considerada como este fato impactante e a partir daí o processo de planejamento da farsa da morte do dito terrorista foi iniciada.

A operação quase chegou a ser cancelada, porque como era uma farsa, não se tinha como “matar a cobra e mostrar o pau”. Como exibir o troféu da caça se ele não existe? Foi aí que alguém de extrema inteligência planejou dizer que o corpo seria jogado ao mar para seguir uma tradição muçulmana. E com base nisso, o plano seguiu adiante com fatos fraudados divulgados na imprensa mundial a partir de um comunicado oficial do principal beneficiado com a notícia: Mr. Barack Obama.

Assim como o ato irresponsável das Torres Gêmeas é cheio de falhas, pois não existe crime perfeito, esta fraude da morte de Bin Laden está cheia de provas que contradizem a sua veracidade.

Divulgaram vídeos do momento da invasão e conseqüente morte, tal qual fizeram com Saddam Hussein em 2006? Não!

Um quarto qualquer com manchas de sangue é prova de sua morte? Não!

Mostraram alguma foto ou registro qualquer do cadáver antes de jogá-lo aos tubarões mar adentro? Não!

Jogar o corpo ao mar é uma tradição muçulmana? Não. De acordo com a tradição, o corpo de um muçulmano deve ser lavado por homens de fé muçulmana e sepultado o mais rápido possível, de preferência nas primeiras 24 horas após a morte. Em geral, o cadáver é coberto por uma mortalha branca. Não há referência a mar. Isto foi feito? Não!

Conclusão: não há provas de que os Estados Unidos mataram Bin Laden. Trata-se de mais uma fraude de muita pouca inteligência bolada pela “pseudo-inteligência” americana a serviço da candidatura de Barack Obama, tendo como mandantes os 300 picaretas que querem dominar o mundo.

O que esses marqueteiros têm que entender é que não estamos mais vivendo na Idade Média. Como é que eles pensam que vão enganar bilhões de pessoas em todo o mundo com uma estória mal contada como esta? Se eles continuarem achando que a mídia tem todo esse poder, as pessoas vão acabar fazendo como a máxima popular: “Um dia li que fumar fazia mal e parei de fumar. Outra vez li que bebidas alcoólicas faziam mal e parei de beber. Posteriormente li que fazer sexo fazia mal e parei de ler.”

É o que vai acontecer. Se sua mente não te entorpecer, encarará esses fatos como apenas mais duas farsas dos ditos moralistas da terra do Tio Sam e seus comparsas mundo afora.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Um casamento real surreal

29 de abril de 2011, dia do casamento do príncipe William com a plebéia Kate Middleton. A humanidade nos quatro cantos do planeta já está e vai continuar a ouvir falar sobre este assunto e seus detalhes à exaustão, numa grande cobertura jornalística agendada pela mídia internacional.

O circo (a expressão faz um certo sentido, já que trata-se de uma palhaçada, ainda mais por ser o próprio contribuinte inglês quem arcará com os custos) montado para a ocasião será motivo de notícia por causa dos olhos do príncipe, da destacável simetria do corpo da noiva, do roteiro por onde passará a carruagem, da cor do cavalo que a conduzirá, da lista de convidados, da decoração da abadia, do vestido exclusivamente desenhado para a celebração, enfim de qualquer gesto ou movimento, ainda que silencioso, dos nubentes.

Até que o casal real saia da Abadia de Westminster e desapareça uma secreta viagem de lua-de-mel, a idiotice vai continuar sendo transmitida mundo afora, repetindo a história de Lady Di, celebrando o casal real e despertando nas jovens plebéias ocidentais o sonho de um casamento maravilhoso com o príncipe encantado.

Desnecessário dizer que as coisas não são bem assim. Nem mesmo nas encantadas e ricas famílias reais, onde grande parte das relações é para inglês ver (literalmente!) e a mágica é tão fugaz quanto o da Gata Borralheira. Com direito a traições e lances jocosos como uma amante que escreve ao príncipe: "Quero ser o seu Tampax".

Na repetição do protocolo, conforme manda o ritual repetido há séculos, tem-se a leve impressão de estar vendo um filme repetido. No anterior, os personagens Charles e Diana viveram uma turbulenta relação que teve um fim trágico. Tirando a feiúra de Camila Parker Bowles e do príncipe Charles, parece mesmo coisa de cinema, que pode até ter um toque de ação e mistério: para evitar um escândalo real, o MI-5 tem a missão de assassinar a princesa e seu amante árabe, Dodi Al-Fayed, integrante de uma organização terrorista, que pretende destruir o Big-Ben. Perseguidos pelos agentes ingleses, acabam mortos quando o carro em que estavam capota em alta velocidade num túnel de Paris.

Interessante é que nos outros países onde ainda existem famílias reais, como Suécia, Espanha, Mônaco, Dinamarca, Finlândia, Japão, não se vê este tipo de espetáculo. São mais discretos. Vai ver estas outras realezas não se interessam pelos direitos de transmissão dos casamentos espetaculosos de seus sucessores nem fazem questão de se expor a tal ponto, estabelecendo uma relação com a mídia e com os plebeus do mundo diferente da britânica, que acaba por celebrizar e tornar pública situações que deveriam permanecer restrita às muralhas dos palácios.

Afinal, o que o casamento real tem a dizer às garotas pobres que se prostituem por alguns trocados com ingleses que fazem turismo sexual no Nordeste brasileiro? O que isso tem a ver com a realidade brasileira de jovens adolescentes viciados em crack? Por que esta imprensa imbecil tem que ficar divulgando este assunto mundo afora, como se todo mundo quisesse saber quem foi convidado para o casamento real? Que lógica existe nisso?

Portanto, desde já, leitor, boicote este assunto. Feche o jornal, desligue a TV, clique em outra página da internet, pule esse assunto. Dê um basta nesta idiotice para que os paparazzi não tenham que matar outro casal real num túnel qualquer por aí.

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ps.: em tempo, exemplo de como se fazer um casamento realmente popular!

sábado, 19 de março de 2011

Em busca das migalhas de Obama

O tempo é o senhor absoluto das verdades. Para o bem e para o mal. Há menos de meio século, uma turma bradava nas ruas palavras de ordem contra o que era chamado de “imperialismo norte-americano”. Em nome de causas como essa, milhares foram submetidos às mais atrozes torturas nos porões sombrios da linha dura. Outras centenas deram as próprias vidas. De lá pra cá, uma ala dessa turma ascendeu ao poder e hoje refastela-se no conforto da amnésia política e da subserviência crônica e cultural. Como presente de Páscoa, renderão ao Brasil um espetáculo de puxa-saquismo nos próximos dias, durante a visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, portador das mais obscuras intenções possíveis.

Ao que tudo indica, Barack Obama, tal qual um coelhinho, só vem ao Brasil para distribuir seus ovos de Páscoa, posar de bonito nas fotografias e tentar azeitar algum negócio com os tupiniquins, visando apenas seus próprios cofres hoje tão precários. A famigerada compra dos caças e o carinho petista com o Irã são algumas delas. Ou alguém ainda acredita que o ex-pop star virá ao Brasil para anunciar o fim da bitributação de empresas brasileiras nos Estados Unidos ou a extinção das barreiras protecionistas que dificultam a entrada dos nossos produtos no mercado norte-americano? Santa ingenuidade.

Ainda assim, muito além da deferência a uma visita oficial de um chefe de Estado, politiqueiros de toda espécie disputaram a tapa a inclusão de seus feudos no roteiro do passeio de Obama. Como sempre, Sérgio Cabral, governador do Rio de Janeiro e gandula-mor da administração “lulo-petista”, conquistou o direito de dar palanque ao presidente norte-americano. Em alvoroço, as comunidades pseudo-pacificadas querem seu lugar ao sol e sonham ver Obama subindo suas ladeiras. É como bem diz o historiador econômico norte-americano David Landes, simples e direto, a propósito de o mundo ser dividido em três tipos de nações: “Há aquelas em que as pessoas gastam muito dinheiro para não aumentar de peso, aquelas em que as pessoas comem para viver e aquelas que não sabem de onde virá a próxima refeição”. Como o pão está curto e caro, fiquemos, pois, apenas com o circo. Tiririca está aí para ilustrar tal metáfora.

E a tenda vai estar bonita no Rio de Janeiro nos próximos dias. Barack Obama fará um discurso com uma retaguarda de 2550 bajuladores a contemplar-lhe os fundilhos. Divididos por estamentos, óbvio. 50 “supervips” ficarão posicionados bem pertinho do presidente norte-americano, os chamados papagaios de pirata; outros 500 “vips” estarão um metro atrás; e 2000 convidados ilustres – um pouco menos “vips” – ficarão ao fundo, bem atrás. Um espetáculo que deve custar alguns milhões de reais ao Estado que chora pitangas e não consegue concretizar, por exemplo, a ajuda humanitária às vítimas das tragédias dos últimos dois anos país afora. Mas está tudo certo. Para uma população que legitima um governo estadual fundado em factóides midiáticos e operações carnavalescas, está ótimo.

Resta saber quem serão os privilegiados que receberão os ovos de Páscoa de Barack Obama. Falta-nos um Superman com olhar de raio-x, capaz de radiografar o presidente norte-americano no momento do discurso. Acredito que o filme revelaria uma abundância de bocas a tentar lambiscar o presente. O resto é bobagem.

domingo, 12 de setembro de 2010

Luís Inácio, esse é o cara!

Luís Inácio Lula da Silva, você é o cara...

...É o cara que esteve por dois mandatos à frente desta nação e não teve coragem nem competência para implantar reforma alguma neste país, pois as reformas tributárias e trabalhistas nunca saíram do papel, e a educação, a saúde e a segurança estão piores do que nunca.

Você é o cara que mais teve amigos e aliados envolvidos, da cueca ao pescoço, passando pelas meias, em corrupção e roubalheira, gastando mundos e fundos dentro de todos os tipos de esquemas.

Você é o cara que tem uma mulher fútil, inútil e gastadeira, que usa indevidamente cartão corporativo, ao qual ela não tem direito constitucional e que vai de avião presidencial para São Paulo fazer escova no cabelo e retornar a Brasília. (aliás, diga-se de passagem, sem nenhum resultado positivo!)

Você é o cara que conseguiu inchar o Estado brasileiro com tantos e tantos funcionários e ainda assim fazê-lo funcionar pior do que antes.

Você é o cara que fez com que o orçamento voltado para a realização do Pan e Para-Pan do Rio de Janeiro em 2007 ultrapassasse mais do que o dobro de gastos do projeto inicial e depois, na abertura da competição, tomou a mais sonora vaia pública dos últimos tempos.

Você é o cara que mais viajou como presidente deste país, tão futilmente e às nossas custas a bordo de um ultra-moderno jato executivo que não fora fabricado pela Embraer.

Você é o cara que aceitou todas as ações e humilhações contra o Brasil e os brasileiros diante da Venezuela, Argentina, Bolívia, Equador, Paraguai e Irã, para não citar outros.

Você é o cara que, por tudo isso e mais um monte de coisas, transformou este país em um lugar libertino e sem futuro para quem não está no grande esquema.

Você é o cara que perdoou dívidas de um sem-número de países, enviou dinheiro a título de doação para outros, se esquecendo que no Brasil também temos miseráveis que precisam de bons hospitais, de escolas decentes, de um lugar pra viver e que com esse dinheiro "doado" você poderia, pelo menos, diminuir o caos em que se encontram saúde, educação e segurança em seu próprio país.

Você é o cara que transformou o Brasil em abrigo de marginais internacionais, negando-se, por exemplo, a extraditar um criminoso para um país democrático que o julgou e condenou democraticamente.

Você é o cara que transformou corruptos e bandidos do passado em aliados de primeira linha.

Você é o cara que está transformando o Brasil num país de parasitas e vagabundos, com o Bolsa-Família, com as indenizações imorais da bolsa terrorismo, com o repasse sem limite de recursos ao MST, o maior latifúndio improdutivo do mundo e abrigo de bandidos e vagabundos que manipulam alguns verdadeiros colonos.

Você é o cara que agora quer transformar uma ex-guerrilheira, inexperiente e despreparada, em presidente do Brasil só para continuar dando as cartas e junto com sua gangue prosseguir roubando impunemente a nação como fez todos estes anos.

É, Luiz Inácio Lula da Silva! Você é o cara...

É o cara-de-pau mais descarado que o Brasil já conheceu e que não possui um pingo de vergonha na cara.

Aliás, como uma pessoa que não soube cuidar do próprio dedo poderia ser o responsável pela governância da 8ª economia mundial?

Filho do Brasil??? Você está mais para um grande filho da P#/@...

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Stallone, um ignorante sensato

A mídia nacional está indignada com o ator Sylvester Stallone, uma vez que ele disse que no Brasil você pode explodir o país e as pessoas ainda lhe agradecem, dando-lhe de quebra um macaco de presente. Alguns enfezados chegaram até a resmungar que com isso o ator estava nos chamando de macacos, evidenciando claramente que não sentem a diferença entre dar um macaco e ser um macaco.

Stallone só pecou por eufemismo. Macaco? Por que só macaco?

Exploda o país e os brasileiros lhe dão macaco, tatu, capivara, onça pintada, arara, cacatua, colibri, a fauna nacional inteira, mais um vale-transporte, uma quota no Fome Zero, assistência médica de graça, um ingresso para o próximo show do Caetano Veloso e um pacote de ações da Bolsa de Valores.

Exploda o país como o fazem as Farc, treinando assassinos para dizimar a população, e o governo lhe dá cidadania brasileira, emprego público para a sua mulher e imunidade contra investigações constrangedoras.

Seqüestre um brasileiro rico e cinco minutos depois os outros ricos estão nas ruas clamando pela libertação, não do seqüestrado, mas do seqüestrador. Passado algum tempo, o próprio seqüestrado convida você para um jantar na mansão dele.

Crie uma gigantesca organização clandestina, armando com partidos legais uma rede de proteção para organizações criminosas, e a grande mídia lhe dará todas as garantias de discrição e silêncio para que o excelente negócio possa progredir em paz, e sobretudo, ninguém, ninguém jamais perguntará quem paga a brincadeira.

Tire do lixo o cadáver do comunismo, dando-lhe nova vida em escala continental, e os capitalistas o encherão de dinheiro e até se inscreverão no seu partido, alardeando que você mudou e agora é neoliberal.

Crie a maior dívida interna de todos os tempos, e seus próprios credores serão os primeiros a dizer que você restaurou a economia nacional.

Encha de dinheiro os invasores de terras, para que eles possam invadir mais terras ainda, e até os donos de terras o aplaudirão porque você conteve a sanha dos radicais.

Mande abortar milhões de bebês e os próprios bispos católicos taparão a boca de quem fale mal de você.

Mande seu partido acusar as Forças Armadas de todos os crimes possíveis e imagináveis, e os oficiais militares, além de condecorar você, sua esposa e todos os seus cupinchas, ainda votarão em você nas eleições presidenciais.

Destrua a carreira de um presidente "direitista" e alguns anos depois ele estará trocando beijinhos com você e cavando votos para a sua candidata assassina, comunista e ex-guerrilheira no interior de Alagoas.

Um macaco? Um desprezível macaquinho? Que é isso, Stallone? Você não sabe de quanta gratidão, de quanta generosidade o brasileiro é capaz quando você bate nele pra valer.

Fora essa ressalva quantitativa, no entanto, a declaração de "Rambo" é a coisa mais verdadeira que alguém disse sobre o Brasil nos últimos anos: este é um país de covardes, que preferem antes bajular os seus agressores do que tomar uma providência para detê-los.

O clássico estudo de Paulo Mercadante (“A Consciência Conservadora no Brasil”), já expunha a tendência crônica das nossas classes altas, de tudo resolver pela conciliação. Mas a conciliação, quando ultrapassa os limites da razoabilidade e da decência, chega àquele extremo de puxa-saquismo masoquista em que o sujeito se mata só para agradar a quem quer matá-lo.

Curiosamente, muitos dos que se entregam a essa conduta abjeta alegam que o fazem por esperteza, citando a regra de Maquiavel: se você não pode vencer o adversário, deve aderir ao partido dele.

Esses cretinos não sabem que, em política prática, Maquiavel foi um pobre coitado, que sempre apostou no lado perdedor e terminou muito mal. A pose de malícia esconde, muitas vezes, uma ingenuidade patética.

O que resta é dizer obrigado, muito obrigado Stallone. Infelizmente, a verdade dói e a hipocrisia reina absoluta nos pedestais podres do bom senso.

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Uma farsa chamada Mega Sena

Você já parou pra pensar se seria possível que a principal loteria do Brasil fosse uma espécie de roubo organizado para lavagem de dinheiro ilegal?

Pois é, com uma simples pesquisa na internet é possível constatar que grande parte dos internautas já pensou nisso e acredita que os sorteios da famigerada Mega Sena não são justos. Porém, muitos concordam que provar que uma fraude existente é difícil, quase improvável. Eis mais uma faceta da interminável corrupção brasileira.

Se você é um daqueles que aposta, principalmente quando ela se acumula, você está sendo enganado. O esquema acontece através de “laranjas” que jogam os números previamente sabidos, uma vez que as bolinhas sorteadas têm alteração no peso. É só lembrar o tanto que esse jogo acumula (o mesmo não acontecia com seu antecessor, a Loto). E, invariavelmente, sempre ganha 1, apenas 1 apostador em algum lugar distante e desconhecido.

Em 2007, encabeçado pelo senador do PSDB Álvaro Dias, investigações sobre o assunto começaram a ganhar forma por parlamentares em Brasília. Inicialmente, descobriu-se o óbvio: inúmeras pessoas envolvidas no esquema e como sempre funcionários da Caixa e de lotéricas, auditores e pessoas ligadas diretamente ao governo federal.

Mais uma vez, a maior vítima é o povo brasileiro que, não raro, destina recursos de outras necessidades para as apostas, numa busca incessante e esperançosa de uma vida melhor através do jogo.

Mas que também sirva de lição, pois se alguém quer enriquecer rápido, este com certeza não é o melhor caminho. Rápido estão enriquecendo essa corja de corruptos através de suas apostas. É o bolso deles que está se enchendo de dinheiro. Deposite esperanças na sua capacidade de trabalho. Não espere por milagres.

O curioso e preocupante é que essa fraude não tem uma divulgação de forma convincente. Seriam interesses obscuros ou rabo preso das grandes mídias para com o governo? Dá pra inocentar alguém de antemão? Com certeza, o governo não quer perder a bocada que ele fatura a cada semana com os jogos. E nem quer mais CPIs sobre o assunto.

As chances de acertar o prêmio máximo (6 números) da Mega Sena é aproximadamente de 1 em 50 milhões. Seguindo essas estatísticas, você possui maiores chances de ser atingido por um meteorito na cabeça do que ganhar nesse jogo. O que geralmente se conclui é que com essas chances é realmente aceitável que o número de acertadores seja freqüentemente baixo (1 ou 2 ganhadores).

Mas e se comparar essas probabilidades com loterias em outro locais do mundo, o que acontece?

Vejamos o exemplo da Euromilhões, uma loteria clássica, operada em conjunto em diversos países da comunidade européia (entre eles França, Inglaterra, Espanha e Portugal). As chances de acertar o prêmio nessa loteria é de aproximadamente 1 em 70 milhões, ou seja, é muito mais difícil acertar na Euromilhões do que na Mega Sena. Agora o fato curioso é que mesmo com essa chance menor, é comum que em todos os sorteios, ou na maioria deles, tenham 2 ou 3 ganhadores no prêmio principal, isso sem falar nos prêmios secundários.

Vamos supor que o Brasil possua uma população de 180 milhões e a soma das populações dos principais países como França (64 milhões), Inglaterra (50 milhões), Espanha (46 milhões) e Portugal (11 milhões) é de aproximadamente de 171 milhões de pessoas (a Alemanha e a Itália não participam da Euromilhões). Dessa forma, com um número de pessoas tão próximo, é um pouco estranho que uma loteria mais difícil de se acertar (Euromilhões) tenha mais ganhadores do que uma mais fácil (Mega Sena).

Isso pode ser explicado se levarmos em conta o número total de apostas realizadas em cada concurso. Lá é comum ser divulgado esses dados. Por exemplo, em Portugal o número de apostas gira em torno de 20 milhões, ou seja, quase o dobro da população. Assim é possível fazer uma estimativa e definir se o número de ganhadores está dentro do provável. Já aqui no Brasil existe uma política de esconder esses números, bem como o horário da aposta e o número do cartão do ganhador. No máximo, apenas é divulgado a cidade onde foi feito o jogo.

E aí, você gostaria de continuar jogando esse jogo de cartas marcadas, onde somente o carteador se dá bem? A escolha e o dinheiro são seus...

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Abaixo à hipocrisia!

O sistema de cotas adotado na última década por lei no Brasil visa estabelecer igualdade social nas disputas por vagas em instituições públicas, para que todos tenham o direito a disputarem em condições iguais e justas. Aparentemente perfeito… e quase utópico.

Esse sistema tem como objetivo garantir vagas para pobres, negros, indígenas e deficientes nas diferentes instituições governamentais. É também uma maneira de combater o “preconceito” para com as classes mais desfavorecidas. Ou era pra ser.

Não notou algo estranho nisso tudo? Por que garantir vagas para negros, indígenas e deficientes?

Ok, pobres por não terem tido uma formação a nível de escolas particulares, o que ainda assim não justifica, pois há vários casos de pessoas de classe baixa conseguirem passar em 1° lugar em grandes universidades, tudo com esforço e dedicação. Mas e os negros, indígenas e deficientes? Eles não são capazes de conseguirem uma vaga com seu próprio esforço? A cor da pele define a inteligência de alguém desde quando? Quando alguém perde, por exemplo, o movimento das pernas, também perde a capacidade de aprender?

A única coisa que se consegue pensar quando é falado sobre o sistema de cotas é que os inseridos nessas situações são incapazes de conseguir algo por si só. Esse pensamento vem não por minha ou sua culpa, mas é a idéia que isso realmente nos passa.

Seria um negro menos inteligente que um branco?

Um deficiente é incapaz de pegar um livro para estudar?

O sistema de cotas é puro racismo/preconceito. Só não vê isso quem não quer ou quem simplesmente se acomoda pelo fato de estar sendo beneficiado.

Pois bem. Então que o governo, em suas 3 esferas, crie mecanismos capazes de oferecer a toda população, das classes A a E, uma educação condizente e eficaz de forma com que a sociedade não enfrente certas hipocrisias criadas por esse mesmo governo, que há anos, e porque não há décadas, tenta 'tapar o sol com a peneira', se esquivando de suas obrigações.

Abaixo à hipocrisia!

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

E se encolhessem a sua casa?

obs.: o título dessa postagem há de ser compreendido até o fim da mesma.

O capitalismo mostrou mais uma vez que é incapaz de resolver os problemas que ameaçam a humanidade. A maior reunião diplomática da história, a 15ª Conferência do Clima (COP-15) terminou num retumbante fracasso. Milhões de pessoas que dependiam de uma decisão importante para enfrentar o aquecimento global foram abandonadas à sua própria sorte. “A cidade de Copenhague foi palco de um crime, com os culpados correndo para o aeroporto perseguidos pela vergonha”, resumiu um ambientalista do Greenpeace.

A conferência, que reuniu quase 200 líderes mundiais durante duas semanas, sequer fixou algum tipo de meta para diminuir as emissões dos gases estufa, responsáveis pelo aquecimento global. O único documento apresentado pela conferência – que não prevê metas obrigatórias de redução de emissões de CO2 até 2020 – não terá o menor valor jurídico, pois é apenas uma carta de intenções.

O acordo foi assinado apenas pelos chefes de estado da União Européia, Estados Unidos, China, Índia e África do Sul. O Brasil também assinou, apesar de o presidente Lula ter dito horas antes que estava frustrado com as negociações. Parte dos países africanos, além da Bolívia e da Venezuela, não assinou o documento, num claro sinal de protesto.

Mas Copenhague não só fracassou no objetivo de estabelecer um acordo mundial sobre o clima. Também significou um retrocesso mesmo diante das tímidas ações já feitas para enfrentar o aquecimento, como o Protocolo de Kyoto, o único acordo climático mundial com valor jurídico.

Kyoto estabeleceu metas insuficientes para conter o aquecimento, pedindo que países industrializados diminuam em 5,2% a quantidade de gás carbônico jogada na atmosfera em relação aos índices medidos em 1990. Mas, segundo os cientistas do Painel Intergovernamental de Mudança do Clima (IPCC), é preciso reduzir a emissão dos gases estufa pela metade. Mesmo estabelecendo compromissos rebaixados, os Estados Unidos se recusaram a cumprir as metas de Kyoto. O simples fato de o imperialismo não aderir às metas já tinha provocado a falência do acordo. Agora, em Copenhague, uma pá de cal foi jogada sobre o que restou do protocolo.

Agora fica a questão: o que será do planeta daqui pra frente?
A única certeza é que um futuro sombrio nos espera. Duvida?

"Aquecimento Global: quando você realmente sentí-lo, já será tarde!"