domingo, 8 de junho de 2014

domingo, 1 de junho de 2014

Era uma vez um país, uma Copa do Mundo, duas figuras repugnantes e... CAXIROLAS!



Triste é o país-sede cuja única obra pronta e aposentada (louvado seja!) antes do tempo para a Copa do Mundo é a tal da caxirola…

Mas imaginemos o que seria o mundial no Brasil com essa peculiaridade. Bósnia & Herzegovina x Irã jogam pela terceira rodada em uma arena superfaturada para o mundial – e subutilizada a partir de então. Pai e filho ganham ingressos numa promoção da esquadria de alumínio oficial da copa.

- Paiê, a moça da recepção pediu para chacoalhar isso aqui. Como faz? É para cima e para baixo ou para os lados?

- Putz, filho, perdi o manual de instrução…

- Mas você nunca lê, pai… Deixa eu ver… A moça aqui do lado está balançando de qualquer jeito. Ah, não! Aquilo ali é o saco de pipoca oficial da copa. Acho que é para misturar o sal.

- Não, filho. Aquilo ali é a Pamundial, a pamonha oficial da copa.

- Não, pai. Agora eu vi. É o KebaBrasil, o churrasquinho greco-brasileiro oficial da copa.

- Sei. Então, o pessoal da promoção pediu pra gente fazer bastante barulho com a caxirinha.

- Caxirola.

- Isso. Só não sei se tem de cruzar os braços como faz o Charlie Brown Jr. com a cangibrina…

- Caxirola. Carlinhos Brown…

- Cacilda!

- Caxirola, pai.

- Não, cacilda, é que não consigo nem tocar e nem acertar o nome desse fuleco, desse coiso de coisar do Carlinhos Bronson.

- Pai, não fala assim. Eu vi a presidente falando que é muito legal a caxirola. Ela é uma coisa que tem, como é mesmo…. Ah, está aqui no papel, achei bem bacana: “um sentido transcendental de cura”. Achei bonito. O que é isso?

- A cachola?

- Não. O que a presidente quis dizer?

- Filhão, eu não sei. Mas a moça da firma que nos trouxe ao estádio pediu para que, em vez de gritar “gol” temos de tocar a canajuba e berrar “Uma janela para o mundo. Viva a esquadria Cashiwindow!” E, depois, cantar “Sou brasileiro, com muito orgulho e muita esquadria Cashiwindow.”

- E se a gente esquecer, pai?

- Não vamos pegar a van de volta. Melhor decorar.

- Tudo bem. Mas pode xingar o juíz?

- Pode. Mas daí não pode ao mesmo tempo tocar a carnaúba.

- Caxirola, pai!

- É, a camaçari. Então, não pode associar uma reclamação com a “alegria, a ginga e a malemolência incentivada pelo governo dessa nova tradição inaugurada em Brasília que caiu na boca do povo”, meu filho. Está no guia, página 77.

- Pai, por que na entrada não deixaram o cara da frente entrar com um radinho de pilha e um guarda-chuva, mas nem checaram a caxirola?

- Filho, fala baixo. Eles me passaram um SMS da lista de produtos e de assuntos oficiais que podem ser falados nas arenas. Normas de segurança interna são assuntos da Fifa. O Brasil corre o risco de ser desfiliado da entidade se o torcedor não seguir o caderno de encargos da copa.

- Então é bom aprender a tocar a caxirola, pai. Pensando bem, usando fone de ouvido, protetor auricular e um gorro, até que ela é legal!

- Eu acho. Valeu pagar 100 reais por algo tão útil como esse chocalho, o bonequinho do Fuleco e pelo suporte para cinto da cajuína.

- Caxirola, pai.

- Isso. Vamo que vamo, Brasil!

- Pai, é “Vamos que vamos”. Pediram pra gente usar o plural corretamente nos jogos.

- É verdade filho. Maldita hipocrisia! É bem a cara desse país mesmo...