O tempo é o senhor absoluto das verdades. Para o bem e para o mal. Há menos de meio século, uma turma bradava nas ruas palavras de ordem contra o que era chamado de “imperialismo norte-americano”. Em nome de causas como essa, milhares foram submetidos às mais atrozes torturas nos porões sombrios da linha dura. Outras centenas deram as próprias vidas. De lá pra cá, uma ala dessa turma ascendeu ao poder e hoje refastela-se no conforto da amnésia política e da subserviência crônica e cultural. Como presente de Páscoa, renderão ao Brasil um espetáculo de puxa-saquismo nos próximos dias, durante a visita do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, portador das mais obscuras intenções possíveis.
Ao que tudo indica, Barack Obama, tal qual um coelhinho, só vem ao Brasil para distribuir seus ovos de Páscoa, posar de bonito nas fotografias e tentar azeitar algum negócio com os tupiniquins, visando apenas seus próprios cofres hoje tão precários. A famigerada compra dos caças e o carinho petista com o Irã são algumas delas. Ou alguém ainda acredita que o ex-pop star virá ao Brasil para anunciar o fim da bitributação de empresas brasileiras nos Estados Unidos ou a extinção das barreiras protecionistas que dificultam a entrada dos nossos produtos no mercado norte-americano? Santa ingenuidade.
Ainda assim, muito além da deferência a uma visita oficial de um chefe de Estado, politiqueiros de toda espécie disputaram a tapa a inclusão de seus feudos no roteiro do passeio de Obama. Como sempre, Sérgio Cabral, governador do Rio de Janeiro e gandula-mor da administração “lulo-petista”, conquistou o direito de dar palanque ao presidente norte-americano. Em alvoroço, as comunidades pseudo-pacificadas querem seu lugar ao sol e sonham ver Obama subindo suas ladeiras. É como bem diz o historiador econômico norte-americano David Landes, simples e direto, a propósito de o mundo ser dividido em três tipos de nações: “Há aquelas em que as pessoas gastam muito dinheiro para não aumentar de peso, aquelas em que as pessoas comem para viver e aquelas que não sabem de onde virá a próxima refeição”. Como o pão está curto e caro, fiquemos, pois, apenas com o circo. Tiririca está aí para ilustrar tal metáfora.
E a tenda vai estar bonita no Rio de Janeiro nos próximos dias. Barack Obama fará um discurso com uma retaguarda de 2550 bajuladores a contemplar-lhe os fundilhos. Divididos por estamentos, óbvio. 50 “supervips” ficarão posicionados bem pertinho do presidente norte-americano, os chamados papagaios de pirata; outros 500 “vips” estarão um metro atrás; e 2000 convidados ilustres – um pouco menos “vips” – ficarão ao fundo, bem atrás. Um espetáculo que deve custar alguns milhões de reais ao Estado que chora pitangas e não consegue concretizar, por exemplo, a ajuda humanitária às vítimas das tragédias dos últimos dois anos país afora. Mas está tudo certo. Para uma população que legitima um governo estadual fundado em factóides midiáticos e operações carnavalescas, está ótimo.
Resta saber quem serão os privilegiados que receberão os ovos de Páscoa de Barack Obama. Falta-nos um Superman com olhar de raio-x, capaz de radiografar o presidente norte-americano no momento do discurso. Acredito que o filme revelaria uma abundância de bocas a tentar lambiscar o presente. O resto é bobagem.
Ao que tudo indica, Barack Obama, tal qual um coelhinho, só vem ao Brasil para distribuir seus ovos de Páscoa, posar de bonito nas fotografias e tentar azeitar algum negócio com os tupiniquins, visando apenas seus próprios cofres hoje tão precários. A famigerada compra dos caças e o carinho petista com o Irã são algumas delas. Ou alguém ainda acredita que o ex-pop star virá ao Brasil para anunciar o fim da bitributação de empresas brasileiras nos Estados Unidos ou a extinção das barreiras protecionistas que dificultam a entrada dos nossos produtos no mercado norte-americano? Santa ingenuidade.
Ainda assim, muito além da deferência a uma visita oficial de um chefe de Estado, politiqueiros de toda espécie disputaram a tapa a inclusão de seus feudos no roteiro do passeio de Obama. Como sempre, Sérgio Cabral, governador do Rio de Janeiro e gandula-mor da administração “lulo-petista”, conquistou o direito de dar palanque ao presidente norte-americano. Em alvoroço, as comunidades pseudo-pacificadas querem seu lugar ao sol e sonham ver Obama subindo suas ladeiras. É como bem diz o historiador econômico norte-americano David Landes, simples e direto, a propósito de o mundo ser dividido em três tipos de nações: “Há aquelas em que as pessoas gastam muito dinheiro para não aumentar de peso, aquelas em que as pessoas comem para viver e aquelas que não sabem de onde virá a próxima refeição”. Como o pão está curto e caro, fiquemos, pois, apenas com o circo. Tiririca está aí para ilustrar tal metáfora.
E a tenda vai estar bonita no Rio de Janeiro nos próximos dias. Barack Obama fará um discurso com uma retaguarda de 2550 bajuladores a contemplar-lhe os fundilhos. Divididos por estamentos, óbvio. 50 “supervips” ficarão posicionados bem pertinho do presidente norte-americano, os chamados papagaios de pirata; outros 500 “vips” estarão um metro atrás; e 2000 convidados ilustres – um pouco menos “vips” – ficarão ao fundo, bem atrás. Um espetáculo que deve custar alguns milhões de reais ao Estado que chora pitangas e não consegue concretizar, por exemplo, a ajuda humanitária às vítimas das tragédias dos últimos dois anos país afora. Mas está tudo certo. Para uma população que legitima um governo estadual fundado em factóides midiáticos e operações carnavalescas, está ótimo.
Resta saber quem serão os privilegiados que receberão os ovos de Páscoa de Barack Obama. Falta-nos um Superman com olhar de raio-x, capaz de radiografar o presidente norte-americano no momento do discurso. Acredito que o filme revelaria uma abundância de bocas a tentar lambiscar o presente. O resto é bobagem.
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