quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Em 19 de novembro de 1969...

Quanto tempo dura uma cobrança de pênalti? Entre a corrida do batedor e a conclusão da jogada, alguns poucos segundos. Mas a penalidade que deu a Pelé seu milésimo gol parece eterna. É como se o Rei estivesse batendo aquele pênalti até hoje, dia 19 de novembro de 2009, quando o lance completa 40 anos.

O gol histórico foi marcado com a camisa do Santos no Maracanã, contra o Vasco, em uma partida válida pela Taça de Prata. O jogo estava 1 a 1. Aos 32 minutos do segundo tempo, Pelé é lançado por Clodoaldo, tromba com o zagueiro vascaíno Fernando e cai na área. O árbitro pernambucano Manoel Amaro de Lima aponta a marca do pênalti.

Hoje, o Rei lembra com descontração do gol. Mas ele admite que, na hora, suas pernas pesaram demais. Embora já fosse um craque consagrado, com 29 anos, o Rei sentiu a pressão.

- Na hora, a perna tremeu, o joelho também. Eu dizia para mim mesmo: 'caramba, esse eu não posso perder'. Graças a Deus no fim deu tudo certo - comemora o Rei, como se o gol tivesse sido marcado na véspera.

O camisa 10 do Santos correu para a bola, deu uma paradinha, mas o goleiro Andrada não caiu. O Rei, então, bateu no canto direito, colocado. O goleiro argentino chegou a resvalar na bola, mas não o suficiente para evitar o gol histórico. Tivesse defendido a cobrança, talvez Andrada não seria tão lembrado quanto hoje. E, pior, poderia até ter sido vaiado pelas 65 mil pessoas que estavam no Maracanã naquela noite.

Logo após marcar o gol, Pelé correu para dentro da meta, pegou a bola e foi cercado por uma multidão de jornalistas. Nos ombros do goleiro Aguinaldo, Pelé aproveitou o momento para pedir atenção às crianças. Foi taxado de demagogo. Algo que, até hoje, ele não aceita.



"Marcar mil gols como Pelé não é tão difícil. Marcar um gol como Pelé é."
Carlos Drummond de Andrade, escritor

"O maior jogador de futebol do mundo foi Di Stéfano. Eu me recuso a classificar Pelé como jogador. Ele está acima de tudo."
Puskas, craque do escrete húngaro que dominou o futebol no início dos anos 50

"Se Pelé não tivesse nascido homem teria nascido bola. Até a bola pedia autógrafo para Pelé."
Armando Nogueira, jornalista

"Pensei: ele é de carne e osso como eu. Me enganei!"
Tarcisio Burgnich, defensor italiano na Copa de 70

"Parecia um helicóptero em sua mágica capacidade de permanecer no ar o tempo que quisesse."
Fachetti, zagueiro italiano na Copa de 70

"Pelé é o único que ultrapassa os limites da lógica."
Cruyff, comandante do carrossel holandês na Copa de 74

"Sentia medo, um terrível medo quando via aqueles olhos. Pareciam olhos de um animal selvagem, olhos que soltavam fogo."
Overath, jogador alemão nas Copas de 66, 70 e 74

"Pelé desequilibrou o mundo."
Gilmar, ex-goleiro do Santos e da seleção brasileira

"Muito prazer, eu sou Jimmy Carter. Você não precisa se apresentar. Pelé todo o mundo conhece."
Jimmy Carter, ex-presidente dos Estados Unidos em um encontro com o Rei

"Maradona só será um novo Pelé quando ele ganhar 3 Copas do Mundo e marcar mais de mil gols!"
César Luiz Menotti, ex-jogador do Santos e ex-técnico da seleção argentina

"Como se soletra Pelé? D-E-U-S."
The Sunday Times, jornal inglês em entrevista com Pelé na década de 70

"Após o quinto gol, eu queria era aplaudí-lo."
Sigge Parling, zagueiro sueco encarregado de marcar Pelé durante a final da Copa do Mundo de 58

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