sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
Sons que você não conhece... mas deveria!
sábado, 19 de fevereiro de 2011
Artista da vez - PINK FLOYD
gênero: rock progressivo
integrantes:
David Gilmour (vocal e guitarra)
Syd Barrett (vocal e guitarra)
Roger Waters (vocal e baixo)
Richard Wright (teclado)
Nick Mason (bateria)
histórico: Em 1965, o rock n’ roll já não era mais o mesmo da década de 50. As músicas descompromissadas, arranjos simples e letras bobas sobre amor, garotas e carros estavam dando lugar a algo mais elaborado.
Os Beatles já haviam abandonado as baladinhas adolescentes e compunham trilhas sonoras até então nunca gravadas. Nessa época as letras políticas de Bob Dylan eram os lemas da campanha contra a guerra do Vietnã e faziam parecer irresponsável a música executada apenas com propósito de diversão. As letras românticas dos primeiros tempos começavam a dar lugar ao lema sexo, drogas e rock n’ roll.
Neste cenário de mudanças rápidas, começou a surgir o movimento chamado de rock progressivo (ou progressista), marcado por letras profundas, músicas relacionadas entre si, arranjos complexos, instrumentos exóticos e acima de tudo muito experimentalismo. O que mais caracterizava o rock progressivo era a tentativa de não se prender a nenhum estilo ou regra pré-determinados. Há controvérsias sobre qual teria sido o marco inicial do movimento progressivo. Alguns afirmam terem sido os Beatles, com o disco “Sgt. Peppers”, os primeiros a abordarem o rock como algo mais além de simples diversão. A maioria, porém, aponta o Pink Floyd, com seu álbum “The Piper At The Gates Of Dawn” como o precursor do movimento.
O embrião do que viria a ser uma das mais influentes bandas da história foi o grupo Sigma 6, formado por Roger Waters, Rick Wright e Nick Mason, na época alunos da Faculdade de Arquitetura de Cambridge. Como é comum a toda banda iniciante, o estilo ainda não era definido, variando do rock ao folk, e as mudanças de formação eram constantes, assim como as mudanças no nome da banda (Abdabs e T-Sets). A grande virada da banda ocorreu quando se juntou a ela Roger “Syd” Barrett, que havia estudado com Roger Waters na Cambridge High Scholl. Foi de Barrett a idéia do nome Pink Floyd Sound, mais tarde abreviado para Pink Floyd. O nome era uma homenagem aos blues-men Pink Anderson e Floyd Council, influências de Syd.
Syd Barrett era muito mais do que apenas músico. Movido por inspiração e LSD, Syd era compositor, poeta, pintor e artista performático. Planejados e comandados por ele, os shows do Pink Floyd eram muito mais do que apenas espetáculos sonoros. Usando truques simples de luz e projeção de slides, o Pink Floyd tentava reproduzir em palco os efeitos de viagens alucinógenas e segundo muitos conseguia. Os shows iniciais dirigidos a um público underground composto de poetas e ativistas políticos rapidamente chamou a atenção da indústria musical. O Pink Floyd ajudava a inaugurar o rock experimental e cunhava o termo psicodelismo para definir o seu estilo de música.
O grupo é logo contratado por uma pequena gravadora, a Thompson Records, e grava um single com as músicas “Lucy Leaves” e “I'm A King Bee”, que teve uma excelente aceitação. Os apreciadores do Floyd não eram mais apenas fãs de sua música e passavam aos poucos a ser como que seguidores de uma doutrina, seguindo a banda aonde quer que ela fosse. A EMI, que havia a poucos meses classificado o trabalho da banda de experimental demais, rapidamente os contratou. A banda começou no estúdio Abbey Road a gravação de seu primeiro álbum. Curiosamente, no mesmo estúdio e na mesma época, os Beatles gravavam o disco “Sgt. Peppers”. Nos corredores do estúdio foram compartilhadas drogas e opiniões musicais. Os discos resultantes, “Sgt. Peppers” e “The Piper At The Gates Of Dawn”, disputam entre si o título de marco da estréia do rock como obra de arte.
O sucesso do disco de estréia é atribuido principalmente à mente genial de Syd Barrett, responsável pelos arranjos de estrutura indefinida, cheio de nuances e completamente imprevisíveis. A linha que limitava a genialidade e a loucura de Syd Barrett porém se tornava mais tênue a cada momento. Problemas mentais provenientes de uma infância conturbada se agravaram em virtude do uso excessivo de alucinógenos e Syd Barrett começou a apresentar um comportamento algumas vezes esquizofrênico e algumas vezes alienado. A situação se agravou até o ponto em que Syd não conseguia mais tocar ou compor e se limitava no palco a tocar um único acorde e olhar para um ponto perdido no espaço. Foi convidado então para preencher o espaço na banda o vocalista e guitarrista David Gilmour, antigo companheiro de escola de Roger Waters e Syd Barrett.
Com Syd Barrett ainda oficialmente na banda embora não mais participasse dela ativamente, foi lançado o álbum “A Saucerful Of Secrets”. Ao contrário do que se podia esperar, apesar de não contar com a participação integral de seu criador e principal articulador, o Pink Floyd se saiu muito bem. Aos poucos, Syd Barrett é deixado de lado até ser definitivamente desligado da banda. Esquecido, Syd levou desde então uma vida comum, morando com a mãe e se dedicando a hobbies como pintura e jardinagem.
O prestígio da banda cresce nos anos seguintes com os discos “Ummagumma”, “Atom Heart Mother” e “Meddle”, além das trilhas sonoras para dois filmes, “More” e “Obscured By Clouds”. O comando da banda havia sido assumido aos poucos com maestria por David Gilmour, que dividia com Roger Waters a responsabilidade de compor as músicas da banda.
Em 1973, a banda grava “The Dark Side Of The Moon”, um dos álbuns mais bem sucedidos da história, que viria a permanecer mais de 20 anos entre os mais vendidos. Até os dias de hoje, é o terceiro álbum mais comercializado de todos os tempos, com cerca de 45 milhões de cópias vendidas. Com este disco o Pink Floyd prova definitivamente que não dependia apenas do gênio de Syd Barrett e supera em todos os aspectos a obra prima que fora o primeiro disco. A EMI chegou a construir fábricas para fabricar exclusivamente este disco, que marca uma fase de trabalho conjunto e harmonia entre os membros da banda.
Segue-se “Wish You Were Here”, um trabalho conceitual e um verdadeiro tributo a Syd Barrett. O tema da ausência é o pretexto para indiretamente homenagear e analisar o gênio louco. Curiosamente durante as gravações deste disco, Syd Barrett compareceu ao estúdio, gordo, sujo e careca, com uma imagem tão degenerada que custou a ser reconhecido pelos companheiros.
“Animals”, de 1977, inaugura a fase de protesto político-social da banda e também marca o início de um predomínio de Roger Waters sobre os outros músicos. O disco é baseado na peça teatral “A Revolução dos Bichos”, de George Orwell e retrata as contradições e injustiças da sociedade capitalista.
Durante as gravações de “The Wall”, em 1979, surgem os primeiros atritos entre os membros, com Roger Waters tomando para si o controle da banda. “The Wall” era um tratado sobre a solidão e sobre o poder esmagador do sucesso, mas era antes de tudo uma auto-biografia do que Roger Waters se supunha ser. A obra, logo tachada de ópera-rock, seria lançada também em forma de filme.
Com o álbum “The Final Cut”, de 1983, agravam-se os problemas de relacionamento entre os membros, com Roger Waters tendo despedido Rick Wright e relegado os outros componentes da banda a pouco mais do que músicos de estúdio. Waters compôs o conceito e praticamente a totalidade das músicas, além de ter sido o responsável por todos os vocais. O álbum na realidade deveria ser um trabalho solo, mas a gravadora achou que seria mais lucrativo lançá-lo como trabalho da banda.
Brigas entre os componentes restantes levaram Roger Waters a anunciar o fim do Pink Floyd em 1986. Seguiu-se uma longa batalha judicial entre os advogados de Roger Waters e David Gilmour. A justiça decidiu que o nome da banda não pertencia a Roger Waters. Rick Wright foi trazido de volta e em 1987 foi lançado “A Momentary Lapse Of Reason”. Segue-se o segundo disco ao vivo da banda, “Delicate Sound Of Thunder”.
Em 1994, num clima de volta triunfal, após alguns anos sem gravar e sem se apresentar ao vivo, a banda volta com “The Divison Bell”, disco que teve excelente aceitação por parte da crítica e do público. Pouco mais tarde, em 1995 é lançado “Pulse”, uma outra gravação ao vivo.
“Is There Anybody Out There” é lançado no final de 1999, e se trata de mais um disco ao vivo, que apesar dos boatos de serem da mais recente turnê, segundo David Gilmour, é na verdade, da turnê de “The Wall”, gravado entre 1980/1981.
Após anos sem material novo de estúdio, o Pink Floyd some, deixando em aberto uma possível volta que seria aguardada por muito tempo, várias vezes anunciada mas nunca concretizada.
Em julho de 2005, para delírio de milhares de fãs ao redor do mundo, o Pink Floyd volta a tocar ao vivo e com sua formação original (exceto Syd Barrett). O show se deu, juntamente com os de muitos outros artistas, em Londres, em prol da absolvição da dívida externa dos países pobres da África, no festival “Live 8”, organizado pelo amigo particular de Roger e David, Bob Geldof. A banda tocou clássicos como “Wish You Where Here”, “Money” e “Confortably Numb”. David Gilmor e Roger Waters mal trocaram olhares durante as músicas.
Em 7 de julho de 2006, Syd Barrett falece aos 60 anos, vítima de diabetes. Em 15 de setembro de 2008, o tecladista Richard Wright também vem a óbito em virtude de câncer, pondo um fim no sonho de um possível retorno da banda.
Em entrevista concedida em 2006, Gilmour indicava o fim do Pink Floyd, declarando que o célebre grupo não produzirá qualquer novo material, nem voltará a reunir-se novamente. No entanto, a possibilidade de se fazer uma apresentação similar ao “Live 8” não foi descartada.
segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011
Um fenômeno chamado Ronaldo
Não é verdade. Ronaldo não parou de fazer gols. Porque ele é artilheiro, o maior das copas. Ele é goleador. É Ronaldo. Não precisa parar com a bola, ainda que viesse parando a cada gol perdido, a cada lance não corrido, a cada jogo que empurrava com a barriga.
Ronaldo não parou com a bola. Nem ela parou com ele. É mentira. Como só pode ser história da carochinha o cara ter ficado quase 2 anos parado com o joelho detonado e voltar como campeão do mundo e artilheiro da copa de 2002. É coisa de cinema. E foi cinematográfica como aquelas jogadas de vídeogame, aqueles gols de futebol de botão, aqueles jogos que pareciam virtuais pelo Cruzeiro, PSV, Barcelona, Internazionale, Real Madrid, Milan e Corinthians. E obviamente, pela seleção brasileira.
Não se sabe se Ronaldo decidiu na hora certa a saída de campo. Mas sabe-se que, no gramado, desde 1993, para não escrever desde 1863, quase ninguém decidiu melhor que o Fenômeno. Tão fenomenal que valia quanto pesava mesmo quando, a partir de 2004, teve de brigar com rivais, quilos e línguas malignas. Nenhum outro gênio teve de driblar tantas lesões quanto ele.
Campeão do mundo com 17 anos sem jogar. Vice-campeão do mundo absurdamente escalado depois de ter convulsionado no dia da final. Penta e artilheiro em 2002. Um dos que se salvaram ao final das contas em 2006. Um que mais uma vez goleou críticos e cricris ganhando o Paulistão invicto e a Copa do Brasil em 2009. Um que trouxe muito dinheiro aos clubes onde passou. Um fenômeno também no marketing.
Pelos últimos meses, Ronaldo deveria ter parado, se é que já não havia parado. Por todos esses 18 anos de carreira, Ronaldo será sempre eterno. Precisa ser respeitado e admirado. Até quando pisou na bola, muito mais fora que dentro de campo, Ronaldo sempre foi mais humano. Mais humilde. Mais fenomenal.
Um marco que virou marca. O primeiro e maior dos Ronaldos. Um mito que, neste planeta um dia habitado por Pelé, foi o maior dos craques e dos cracketings. Gênio da bola e das boladas.
Dizem que não soube a hora de parar. E, por acaso, alguém sabe? Certamente não os que o aposentavam na Seleção depois de 1998 por suposta “falta de espírito de decisão”. Certamente não os que o achavam uma lata velha e enferrujada em 2002. Certamente não os que não quiseram ver a evolução dele durante a Copa de 2006. Certamente não os que achavam que não daria certo no Corinthians de 2009. Certamente não os que acham que futebol é apenas matemática e medicina.
Ronaldo driblou a medicina e fez números que nem a matemática soube calcular. Nem as finanças sabem contabilizar o que ganhou e o que fez muita gente ganhar e sorrir escancaradamente.
A tristeza não é pelo modo como Ronaldo parou ou foi parado pela falta de modos. A dor é por saber que, gordo ou magro, velho ou jovem, parado ou correndo, a esperança de que dali sairia algo fenomenal ninguém vai ter mais. Porque poucos, na história, foram tão imprevisíveis quanto ele na previsibilidade de que, de algum jeito, a bola pararia no fundo da rede.
O previsível fim chegou. Não há quem não fique doído como os joelhos destroçados dele. A dor de imaginar quanto mais ele não faria se não fosse o peso das dores patelares dos últimos 12 anos e dos quilos a mais nos últimos 7. A dor de ter certeza que dali não vai mais sair gol.
Ronaldo é um fenômeno não pelo insólito e pelo inédito. Mas pelo fenômeno de ser sempre fenomenal.
Tente ser um mito com aquele peso sobre as costas e sobre as pernas. Tente fazer tudo que ele fez pelos clubes e pelo Brasil. Tente superar lesões e lesados. Tente ser Ronaldo. Tantos tentam. Tantos caem em tentações. Até ele. Mas, no final que chegou, só havia ele cruzando a linha fatal. Só havia um Ronaldo.
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
domingo, 6 de fevereiro de 2011
Gary Moore, a morte de um mito
As cordas das guitarras de todo o mundo estão tristes. O lendário músico norte-irlandês Gary Moore faleceu nesse domingo aos 58 anos (04.04.1952 - 06.02.2011), vítima de um ataque cardíaco enquanto dormia em um hotel em Estepona, na Espanha. Ele passava férias no país ibérico.
Um dos maiores guitarristas de sua geração, Moore começou sua carreira profissional na adolescência. Ele tinha apenas 16 anos quando se mudou de Belfast para Dublin em 1969, para juntar-se ao Skid Row, originalmente uma banda de quatro membros que tinha Brush Shiels no baixo, Nollaig Bridgeman na bateria e Phil Lynott como vocalista, assim como Gary na guitarra.
Logo depois, Phil Lynott foi posto de lado, com Brush e Gary dividindo os vocais, fazendo do Skid Row um power trio do tipo que estava na moda na época, seguindo o sucesso de Rory Gallagher’s Taste e de Jimi Hendrix Experience. O Skid Row assinou contrato com a CBS Records e lançou dois discos, “Skid” em 1970 e “34 Hours” em 1971.
Adepto do blues, hard rock e jazz, Moore era também um guitarrista melódico soberbo e apareceu em muitos outros discos irlandeses em participações especiais, incluindo gravações do Dr. Strangely Strange, entre outros. Ele foi chamado para juntar-se ao Thin Lizzy por Phil Lynott para substituir Eric Bell, antes da formação definitiva de quatro membros da banda, com Scott Gorham e Brian Robertson nas guitarras.
Entretanto, no disco “Nightlife” de 1974, ele tocou o solo extraordinário de “Still in love with you”, que se tornou uma das faixas mais memoráveis da banda e uma eterna favorita para ser tocada ao vivo. Gary retornou brevemente ao grupo, quando Brian Robertson foi descartado para uma turnê pelos Estados Unidos em 1977. Moore também apareceu no disco “Black Rose”, lançado em 1979.
Seu relacionamento com o vocalista e compositor Phil Lynott era altamente competitivo e havia freqüentes desentendimentos entre eles, mas eles permaneceram como parceiros musicais. Enquanto permaneceu como parte do grupo, Gary Moore teve sua própria banda, alternando entre o hard rock e o metal, influenciado por jazz e o blues. O primeiro disco de sua banda foi lançado em 1973. Nos últimos anos, ele tinha retornado a suas raízes, primeiro com o lançamento de “Still got the blues” em 1991 (contendo a música homônima, tida como um dos maiores solos de guitarra da história) e depois com “Back to the blues”, em 2001. Ao todo, ele lançou 20 discos de estúdio, assim como 6 compilações ao vivo, incluindo o dvd “Live At Montreaux”.
Certamente, o mundo da música perde um dos maiores gênios da guitarra. Que Gary Moore continue a dedilhar seus acordes onde quer que esteja!
quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011
quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011
Futebol e o poder dos 'nanicos'
- Alô, é da Libertadores?
- Sim! Quer falar com quem?
- Com o Corinthians. Ele está?
- Olha, ele passou por aqui, mas nem chegou a entrar...