terça-feira, 6 de abril de 2010

Artista da vez - KISS

país: Estados Unidos
gênero:
rock, heavy metal
integrantes:
Paul Stanley (vocal, guitarra)
Gene Simmons (vocal, baixo)
Tommy Thayer (guitarra)
Eric Singer (bateria)


histórico:
Os “cavaleiros do apocalipse” do Kiss não foram responsáveis pela introdução de teatralidade e fantasias nos shows de rock. Anos antes, os New York Dolls já se apresentavam maquiados e Alice Cooper montava espetáculos de rock horror show. Foi do Kiss porém a responsabilidade de elevar a presença de palco e efeitos sonoros e visuais ao estado de arte, tão ou mais importantes que a própria música. O Kiss é uma banda de extremos, amada ou odiada, mas jamais colocada como apenas mais uma banda entre tantas outras.

Conhecido mundialmente por suas maquiagens e por seus concertos muito bem elaborados, que incluem guitarras esfumaçantes, cuspes de fogo e sangue e exacerbadas pirotecnias, o Kiss já recebeu 24 discos de ouro e suas vendas excedem os 200 milhões de discos mundo afora, desde sua formação em Nova Iorque, em 1973. Nenhuma outra banda na história soube explorar de forma tão espetacular o marketing em cima de suas próprias características.

O fator primordial e mais marcante da banda foi escolher assumir personalidades alternativas a partir do momento em que entrassem no palco, protegendo suas identidades reais com fantasias e maquiagem pesada, o que os tornava irreconhecíveis. O vocalista e guitarrista Paul Stanley (o da estrela) se tornava em um ser andrógeno, a encarnação do amor. O guitarrista Ace Frehley (o de maquiagem prateada) se tornava em um alienígena interplanetário. O baterista Peter Criss se tornava em um gato (ou tigre de dentes de sabre conforme outras versões). O baixista e vocalista Gene Simmons (o com cara de mau) por sua vez se transformava em um demônio, a encarnação do mal.

Curiosamente a banda enquanto maquiada levava a sério seu papel e se apresentava em entrevistas como se realmente fossem seus personagens. Durante anos a identidade real de todos foi guardada a sete chaves. Como se isso tudo já não fosse marketing suficiente, os shows eram muito mais do que espetáculos de som, luz e gelo seco. Entre outros pequenos detalhes, a guitarra de Ace Frehley soltava fumaça e rojões em meio aos solos, o baixista Gene Simmons voava sobre a platéia, vomitava sangue e cuspia fogo. A banda se anunciava como nada mais nada menos que a maior banda de rock da face da Terra e por incrível que pudesse parecer, fazia mesmo rock n’ roll de primeira qualidade em meio a todo esse marketing, maquiagem, fogo e sangue. As letras eram geralmente apenas exaltações ao sexo e ao rock em si, sem apelo de drogas e temas sérios como política ou o lado ruim da vida.

Desde o início, a banda foi comandada por Paul Stanley e Gene Simmons. Este, um verdadeiro homem de negócios, com grande visão, que se escondia por trás da maquiagem de vampiro. No início da década de 70, montaram uma banda chamada Wicked Lester. Peter Criss e Ace Frehley seriam recrutados a partir de anúncios em revistas de música. Não pretendendo disputar com tantas outras bandas que surgiam e desapareciam a todo momento em Manhattan, usaram a estratégia de divulgar seu show como o de uma banda já consagrada, pagando do próprio bolso bandas mais bem sucedidas para abrir seu primeiro show, distribuindo camisetas da banda gratuitamente e caprichando na produção visual. Convidaram para o show armado alguns empresários e olheiros de gravadoras. Conseguiram chamar a atenção de Bill Aucoin que, imediatamente, se ofereceu para ser o manager e em algumas semanas já tinham um contrato com o selo Casablanca.

A banda escalou aos poucos as paradas com os álbuns que se seguiram, mas apenas com o seu primeiro álbum ao vivo, “Alive” (1975), tornaram-se os superstars que marcariam uma geração. A música “Rock and roll all nite” se tornou um hit imediato e os álbuns que se seguiram (a começar por “Destroyer” de 1976) seriam grandes sucessos de vendas.

A kissmania rapidamente tomou conta dos Estados Unidos. A imagem da banda estava em qualquer coisa que pudesse ser vendida: máquinas de fliperama, bonecos, máscaras, kits de maquiagem, cereais, escovas de dentes, etc. Obviamente, fãs de rock não gostariam de ser associados a algo tão comercial e o que a início era apenas um distintivo da banda, começou a fugir do controle, ficando maior do que a própria música que eles faziam. As performances de palco eram comentadas como ainda maiores e mais estapafúrdias do que a realidade e entre vários boatos chegou-se a noticiar que o Kiss sacrificava animais no palco e que Kiss era uma sigla para, entre outras versões, “Knight's In Satan´s Service” ou “Kids In Satan´s Service” (cavaleiros ou crianças a serviço de Satã). A coisa toda era noticiada de forma tão verídica que até hoje centenas de pessoas assumem isto tudo como verdade.

Além disso, a fama instantânea exaltou os egos da banda, gerando atritos, principalmente entre Ace Frehley e Peter Criss (de um lado) e Paul Stanley e Gene Simmons (de outro). Em 1978 foram lançados ao mesmo tempo álbuns solo dos quatro, como uma tentativa de apaziguar os ânimos. Isso apenas fez com que todos conseguissem alguns milhões de dólares a mais.

Peter Criss foi despedido da banda em 1980 e Anton Fig, baterista de estúdio, participou das gravações de “Kiss Unmasked” até que fosse escolhido o substituto definitivo de Criss, Eric Carr. Os problemas que vinham se acumulando resultou em um disco fraco e pela primeira vez um fracasso comercial, pelo menos para uma banda acostumada a discos de platina seguidos nos últimos anos. O álbum “Music From The Elder”, de 1981, teve acolhida ainda pior e em 1982 Ace Frehley abandonou a banda, sendo substituído por Vinnie Vincent. O álbum que se seguiu, “Creatures Of The Night” foi completado por músicos de estúdio e teve uma boa acolhida.

Para conseguir novamente lugar na imprensa para a banda já desgastada pela apresentação excessiva, o Kiss abandonou a maquiagem, conseguindo voltar à imprensa e aumentar as vendas, embora os álbuns não fossem obras primas como os de sua época de ouro.

Vinnie Vincent abandonou a banda em 1984, sendo substituído por Mark St. John, que logo desenvolveria uma doença nas articulações da mão, conhecida por síndrome de Reiter, tendo de ser substituído por Bruce Kulick. Em 1990 ocorreu uma outra tragédia: Eric Carr descobriu que tinha câncer no coração e morreu em novembro de 1991, aos 41 anos, sendo substituído por Eric Singer.

Esta nova formação, apesar de todos os problemas, conseguiu gravar um grande álbum em 1992, “Revenge”, que juntamente com um novo registro ao vivo, “Alive III”, levou a banda de volta ao topo entre os grandes nomes do rock mundial.

Em 1996, o que deveria ser apenas uma reunião da formação original (Paul Stanley, Gene Simmons, Ace Frehley e Peter Criss) para tocar algumas músicas em um programa acústico (“Unplugged” da MTV norte-americana) se transformou na reunião mais esperadas das últimas duas décadas. A banda voltou às maquiagens e iniciou uma imensa turnê mundial tocando as músicas da época de ouro das máscaras com um show igual ao dos velhos tempos.

Durante a “Farewell Tour 2000/2001”, anunciada como a última da carreira, Peter Criss abandonou novamente o grupo, alegando motivos pessoais. Para substituí-lo foi chamado novamente Eric Singer, desta vez usando a maquiagem de gato consagrada por Peter.

Em 2002, é a vez de Ace Frehley novamente ser demitido da banda. Para seu lugar é contratado Tommy Thayer, que também assume a maquiagem de Ace. No final do ano saiu a coletânea “The Very Best Of Kiss”, um evidente caça-níquel.

Em 2003, novamente com Peter Criss na bateria, o Kiss toca na Austrália acompanhado de 60 músicos da Orquestra Sinfônica de Melbourne, todos com maquiagem. A apresentação resultou no álbum “Kiss Symphony: Alive IV”. Como era de se esperar, a banda sai novamente em uma grande tour, acompanhados do Aerosmith em muitas das datas.

No final da turnê com o Aerosmith, Peter Criss não renova seu contrato com a banda e Eric Singer novamente é chamado para a “Rock The Nation Tour”, que durou o ano de 2004. Nesse mesmo ano saiu o disco solo de Gene Simmons, “Asshole”, o segundo desde 1978.

Em 16 de março de 2007 teve início a temporada de Fórmula 1 com o Grande Prêmio da Austrália. O Kiss encerrou o evento com um show no Melbourne Park para mais de 50.000 pessoas. A partir desta data, deu-se início a “Kiss Alive 35 World Tour”.

Em outubro de 2009 é lançado o álbum “Sonic Boom”. Segundo Gene Simmons, esse seria o melhor álbum do grupo em 30 anos. Logo em seguida a banda iniciou turnê pela América do Norte, com o término apenas no dia 15 de dezembro. No meio desta mesma turnê, os integrantes anunciaram uma turnê pela Europa. Atualmente, a banda se encontra em férias, esperando o começo da turnê “Sonic Boom Over Europe”, no dia 1º de maio de 2010.

Curiosidades
- O nome Kiss foi inspirado num concurso popular de beijo (kiss, em inglês) que aconteceu nos EUA, em 1973.

- Ace Frehley era estudante de arte e foi ele quem desenhou o logotipo da banda.

- Gene Simmons é um dos maiores cuspidores de fogo do mundo. O recorde mundial é de 20 pés. Gene já alcançou 15.

- 45 minutos é o tempo em média que demora para que toda maquiagem facial seja feita apropriadamente. Cada membro da banda faz a sua própria pintura, desde o início da carreira.

- O primeiro número da revista em quadrinhos lançada pela Marvel nos anos 70 foi impresso com sangue dos membros da banda. Os quatro retiraram amostras de seu sangue, que foi misturado à tinta de impressão. O sangue chegou à gráfica dentro de um carro blindado.

- A primeira coisa que Peter Criss comprou com o dinheiro que ganhou com a banda foi uma lápide para a sua avó.

- Gene Simmons é israelense e fala fluentemente inglês, hebraico, alemão e húngaro. Quando criança, chegou a freqüentar uma escola judia para se tornar um rabino.

- O último show do Kiss maquiado antes da “Reunion Tour” foi em 25 de junho de 1983, no estádio do Morumbi, em São Paulo.

- Uma das músicas de maior sucesso do álbum “Rock And Roll Over”, “Hard Luck Woman”, foi uma composição feita por Paul Stanley para Rod Stewart, que a rejeitou.

- A banda foi eleita pela VH1 a 10ª dentre as 100 maiores da história.

- Gene Simmons afirma que é viciado em sexo e que já transou com mais de 2 mil mulheres. Entre suas ex-namoradas estão as cantoras Cher e Diana Ross.

- A banda é totalmente contra as drogas e desde a década de 80 seus integrantes participam de campanhas nos EUA.

- A língua de Gene Simmons tem em média 7 polegadas ou 18 cm.

- O álbum acústico da MTV é o segundo maior em vendas, perdendo apenas para o acústico de Robert Plant/Jimmy Page.

- O maior show da banda foi no Rio de Janeiro em 1982 e teve mais de 250.000 pessoas.

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